quarta-feira, 2 de julho de 2008

Uma lição de botânica

Se em Portugal há certas frutas que não são cultivadas por cá, também existe o inverso. No que toca a frutos do bosque então, nem se fala. Destas espécies o que eu gosto mesmo é de amoras; é das coisas mais giras o tradicional passeio ao Pinheiro Grande enquanto se apanham (ou simplesmente depenicam) amoras pelo caminho.
Na Polónia ainda não vi amoras. Em contrapartida, existem vários frutos do bosque que eu desconhecia totalmente. Para mim, olhando para eles, são todos iguais - muda apenas a côr. Na realidade, não é bem assim. Uns são mais doces, outros mais ácidos, etc. Passo a apresentar alguns destes frutos que fiquei a conhecer aqui:


Czarna porzeczk
a. Diz a Wikipédia que em português se chama cassis. Parece-me que serão as bagas mais comuns, uma vez que se vende imenso em sumo, iogurtes, chás, etc.





Czerwona porzeczka
. Em português não faço a mínima ideia do que seja. É tipo a anterior, mas vermelha e mais ácida.





Jagoda. Em polaco, para além do nome de um fruto é também um nome próprio de mulher. Em português penso que corresponde a mirtilo. Parece igual ao cassis, mas não é.



Żurawina. Outra que desconheço o nome em português. Também este parece igual às outras baguinhas vermelhas, mas não é. A compota disto usa-se cá por vezes como acompanhamento para bifes. Acho que não é doce.





Agrest. Mais uma vez, parece igual, mas não é. Ao que parece, isto serão groselhas.




Tudo isto para dizer que noutro dia ofereceram-nos um cesto cheio de czerwona porzeczka. Pensámos logo em fazer sumo das ditas baguinhas e certa noite resolvemos meter mãos à obra. Começámos todos contentes, mas depois percebemos que foi um presente semi-envenenado. Nem sei ao certo quanto tempo demorámos a tirar as baguinhas todas uma a uma dos cachos para as podermos usar... O cesto aparentava não ser muito grande, mas as bagas também não são. Digamos que apanhar amoras para fazer compota é bem mais simples. Ao fim de sei lá quanto tempo (desde que a pequenota nasceu, o tempo tornou-se algo muito relativo para mim) conseguimos terminar esta espinhosa missão e fizemos um jarro de sumo, só com a polpa das baguinhas. Parte delas ainda aproveitámos para fazer doce. Tivemos foi de usar bastante açúcar numa coisa e noutra, que a czerwona porzeczka é realmente muito ácida e tem um sabor bem forte.
Concluindo, na Polónia há mil e uma baguinhas pretas e vermelhas, que a mim me parecem todas iguais, mas não o são. Se alguém quiser vir cá agora nesta época do ano, pode vir fazer uma degustação para comprovar este facto. Em nossa casa pelo menos há czerwona porzeczka. Por enquanto.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Jakie śliczne maleństwo!

Agora onde quer que vamos o comentário que ouvimos é sempre o mesmo: "Mas que pequenina!" As pessoas parece que já se esqueceram como é um bebé com poucas semanas de vida. Em vários locais públicos e até no Consolado Português lá salta a bela da observação: "Jakie śliczne maleństwo!" (- Que pequenote tão querido!). Agora, o que eu gostei mesmo foi noutro dia numa loja, uma das empregadas - depois de comentar, como sempre, como ela era pequenina - virou-se para mim e disse que eu estava muito bem, em termos de silhueta, para quem tinha acabado de dar à luz. Neste momento, o meu ego subiu até ao cimo do prédio. Claro que isto vindo de uma pessoa que não me conhece de lado nenhum não tem qualquer espécie de valor. Mas o ego gostou. Ainda por cima porque eu ainda tenho um bocado de barriga, mas naquele dia estava com uma roupa que apertava nessa zona e disfarçava bastante bem. Coisas de mulheres!