quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Os nomes na Polónia

Penso que por causa do comunismo, os polacos normalmente só têm um ou dois nomes próprios e um apelido. Eventualmente há quem tenha dois apelidos, mas separados por hífen, o que faz com que acabe por ser um só mas composto.
Quando nasceu a Teresa quisemos registá-la cá com um apelido português e um polaco, mas deparámo-nos com funcionários públicos daqueles que adoram dificultar a vida das pessoas e, ems uma, acabámos por não poder. Entretanto soube que, se ela tivesse nascido um ano depois, já seria possível, porque entretanto a lei mudou.
No entanto, apesar de ser possível, penso que são raros os polacos que dão dois apelidos aos filhos. Já estão tão habituados à forma como as coisas são, que nem pensam mudar. O mais curioso para mim foi há dias estarmos com uns amigos e estarmos a discutir a questão dos nomes e fiquei a saber que deram à filha apenas um nome e um apelido. Não quiseram dar segundo nome. Porquê? Porque a mãe da criança tem dois nomes próprios e um apelido e diz que toda a vida os dois primeiros nomes a atrapalhava (em questões formais, entenda-se). Agora imagine-se a minha reacção, que tenho cinco apelidos (quatro de solteira e um de casada), ao ouvir alguém dizer que ter 3 nomes é muito confuso. É nestas pequenas coisas que se vê a diferença de mentalidades entre portugueses e polacos.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mais um Natal polaco

Este ano, ao contrário do que inicialmente planeávamos, passamos o Natal na Polónia. Por muitos motivos vai ser um Natal diferente do tradicional (sobretudo para mim, pois todos os Natais na Polónia são ainda uma novidade). Primeiro, pela ausência do avô que partiu este ano, e depois, pelo nascimento do nosso filhinho. Assim se vai renovando o ciclo da vida na família. Por causa do falecimento do avô, a avó não se sente com forças para organizar o Natal como sempre tem vindo a fazer. Então este ano mudamos de cenário, mudamos de pessoas (se é que se pode dizer assim, pela ausência de alguns familiares que este ano não virão a Varsóvia) e vamos mudar também de menu. Isto porque desta vez quem vai cozinhar é a minha sogra. Ela até cozinha bem, mas confesso que vou sentir saudades do barszcz e do bigos feitos pela avó.
Diz a tradição polaca que na véspera de Natal a mesa deve ter 12 pratos diferentes (não me refiro à baixela, mas sim à comida). Nos Natais anteriores nunca houve a preocupação de ser literal nisto, mas por acaso acontecia termos mesmo 12 (às vezes um mesmo prato em duas travessas). Este ano, como a minha sogra não está habituada a preparar as comidas do Natal todas sozinhas, ofereci-me para fazer qualquer coisa em casa e levar, para ela não ficar com o peso de ter de fazer vários pratos diferentes. Normalmente na véspera, os polacos comem carpa e arenque (este último geralmente marinado). Como não sei cozinhar nenhum destes peixes - e muito menos à maneira polaca - decidi fazer outro peixe qualquer. Felizmente a minha sogra, apesar de ser muito tradicional em vários aspectos, gosta de inovar na cozinha e não se importa que eu faça um prato à la portuguesa. Como cá não se arranja bacalhau (só mesmo bacalhau fresco, mas o efeito não é o mesmo), optei pela solha. Vamos lá ver que tal fica. Vai ser um bocadinho de Portugal no nosso Natal polaco. Pensei ainda que poderia também fazer uma sobremesa, mas os sonhos são difíceis de fazer e rabanadas já fiz uma vez e dá muito trabalho (preferia evitar ter de fritar alguma coisa). Alguém tem outra sugestão?
Já agora, um bom Natal para todos!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Gosto do Inverno na Polónia

O título deste post não é inteiramente verdade, mas como o post anterior se chamava "Detesto o Outono..." e marcou o início de uma longa interrupção, nada como a chegada do Inverno para marcar o regresso à escrita.
Os últimos tempos foram atribulados, com um parto pelo meio e uma recuperação algo dolorosa, como é normal. Tenho algumas observações a fazer sobre a Polónia que gostava de colocar aqui, sobretudo sobre a minha estadia na maternidade. Espero nos próximos tempos ter capacidade para o fazer.
Por enquanto aproveito para dizer que ontem à noite nevou e hoje ainda se vêem restos de neve no chão. Disseram-me que no Natal não ia haver neve. Há um ditado cá que diz que quando em Sta. Bárbara (dia 4 de Dezembro) há chuva, então o Natal não vai ser agreste (em termos de temperatura, entenda-se). E como dizem que nesse dia chuviscou um pouco, é possível que no Natal o tempo esteja bom. Vamos ver.