quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Kolęda, pronomes e factos sobre Portugal

. Ontem recebemos a kolęda, visita dum padre da paróquia a nossa casa por ocasião do Natal. Ele entra, faz uma pequena oração, benze-nos a casa com água benta e depois senta-se um bocadinho à conversa. Aqui na nossa zona moram muitos antigos comunistas (eram os que tinham dinheiro depois da queda do comunismo para comprar casas nestes prédios), que não gostam desta visita. Há dois anos arrancaram o papel que avisa da vinda do padre da porta, para ninguém estar preparado para o receber. Já é o terceiro ano que recebemos a kolęda e, ao contrário do que acontece em casa de outras pessoas minhas conhecidas, o padre gosta sempre de se sentar um bocadinho a conversar. Às vezes desabafa a contar como o trataram mal noutras casas. Mas este ano não houve lamúrias. Veio um padre jovem, muito simpático, com quem ainda ficámos a falar um bocado, muito naturalmente. A Teresa também gostou dele.

. Uma coisa a que ainda não me habituei é o facto dos polacos escreverem os pronomes que se referem aos outros com letra maiúscula. Por causa disto, posso criar mal entendidos. Ou seja, tenho sempre de escrever "Te, Tu, Ti", etc. Custa é um bocadinho a habituar...

. Uma prima do Staś está a fazer um trabalho para o liceu sobre Portugal. Fez-me várias perguntas sobre factos que encontrou na internet e queria confirmar. Perguntou, por exemplo, se era verdade que os portugueses demoram sempre muito tempo a despedir-se, que respondem sempre que está tudo bem quando lhes perguntam, que comem várias refeições por dia. Depois houve também alguns factos meio estranhos que ela encontrou (não sei que sites andou ela a ler) que tive de negar. Tipo que os portugueses dormem umas três horas depois do almoço (era bom!...), que a hora de almoço no trabalho era entre as 12h e as 14h30 (imagine-se!...), que o Grândola Vila Morena era uma espécie de hino nacional e a canção mais popular (não exageremos... não lhe retiro o carácter histórico que tem, mas daí a ser hino nacional ou a mais popular é um bocado exagero). Digamos que foi uma conversa engraçada.

2 comentários:

Anónimo disse...

É o equivalente salvo as devidas proporções com a visita pascal existente em algumas regiões de cá, mas mais personalizada.
O que custa a entender, ou talvez não, é o tratamento que famílias dão aos padres que as visitam. Visitam todas as familias indiscriminadamente, ou só as que antecipadamente se predipõem a recebê-los?

Anónimo disse...

sobre os portugueses, uma coisa no meio dessas tretas todas que a prima descobriu: que os portugueses são demorados nas despedidas!!! Nós não notamos porque já estão arreigado em nós... mas os de fora, da estranja notam!!! Mas é giro! quer dizer que temos gosto em estar usn com os outros e que a palavra saudade existe e antes que ela venha matam-se as saudades com despedidas longas. Bem visto, né? Os portugueses são super super!!!