quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma ópera polaca

Ontem fui à ópera. Já não ia desde antes da Teresa nascer. Lembro-me que quando faltava um mês para o fim do tempo, fomos várias vezes (cheguei a ir de almofadinha, para ver se ficava mais confortável, por causa do barrigão). Talvez por isso a Teresa goste tanto de música. Desta vez, fomos ver uma ópera de um compositor polaco, Stanisław Moniuszko, chamada Straszny Dwór (a mansão assombrada). É uma obra muito conhecida na Polónia, mas pouco no estrangeiro. Do que percebi, isto deve-se ao facto de na altura ter sido abafada. Apesar de não ser este o enredo principal, numas entrelinhas muito óbvias podemos ler a exaltação de valores, como o amor à pátria e à Igreja Católica. Moniuszko viveu no séc. XIX, numa altura em que a Polónia estava repartida pela Rússia, Áustria e Prússia. Ora, neste contexto político, uma ópera polaca que exaltasse estes valores não era propriamente bem vista. Straszny Dwór estreou em Varsóvia em 1865, mas não passou das três apresentações. O czar da Rússia não gostou e apressou-se a censurá-la. Moniuszko acabou por morrer sem nunca mais ver o seu trabalho em cena.
A história da Mansão Assombrada é engraçada e em geral pareceu-me tudo muito bem feito, cenários, roupas, etc. Para um estrangeiro tem piada, porque apresenta um pouco da Polónia do séc. XIX, tradições, costumes, etc. Gostei sinceramente. Saliento apenas um momento no VI acto em que dançaram uma mazurca, dança típica polaca, ritmada, que se popularizou bastante precisamente no séc. XIX. Foi um dos melhores momentos do espetáculo.

2 comentários:

Marshmallow disse...

Olá, já não me lembro como cá cheguei. Gostei muito deste post. Fiquei a conhecer um pouco mais uma cultura que para mim ainda é bastante desconhecida.

Margarida Elias disse...

Fiquei cheia de vontade de assistir a essa ópera. Beijinhos!