quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O primeiro dia no infantário!

Hoje, dia 1 de Setembro, é um dia muito importante na Polónia. Não, não me estou a referir ao aniversário da invasão da Alemanha que despoletou o início da IIª Guerra Mundial. Hoje é o dia em que começa a escola em todo o país. Foi, por isso, também o primeiro dia de infantário da nossa pequena Teresa. Eu aguardava este dia com alguma expectativa, pois não fazia ideia de como ela iria reagir. Lembro-me bem do meu primeiro dia e lembro-me de passar o tempo todo a chorar à espera da minha mãe. O meu maior terror era ela ter um dia igual. Para além disso, sendo a primeira filha e tendo estado comigo até aos três anos, previ logo que para mim não ia ser fácil. Ontem à noite recebi um sms gozão, em que me diziam que eu me ia fartar de chorar. Claro que me ri, mas achei que seria mesmo assim. O Stas preparou tudo de véspera com ela: a roupa, o saco para levar, o ursinho de peluche que lhe iria fazer companhia, etc. Hoje, quando acordou, foi só pegar no que já estava pronto e arranjou-se num instante. Estava entusiasmada, porque sabia que ia brincar com outras crianças. Quando chegámos à porta do infantário, cruzámo-nos com uma mãe que saía apressada, bem vestida, com ar de quem ia para o trabalho, e a limpar as lágrimas que discretamente deixara escapar. Fiquei logo com o coração apertado, a pensar se me iria acontecer o mesmo. Descobrimos o lugar para a Teresa deixar as suas coisas (ela decorou logo onde era), ajudámo-la a tirar os sapatos (eles cá andam de pantufas na escola) e o casaco, porque ela estava ocupada a olhar para tudo o que havia naquela divisão. Depois fomos juntos até à sala, onde ela encontrou logo uns brinquedos que lhe interessaram. Quisemos ainda ir mostrar-lhe onde era a casa-de-banho, mas foi difícil arrancá-la da sala; não queria sair de lá!! Tinha tanta coisa nova e interessante! Mostrámos-lhe onde era e depois voltámos aos brinquedos. Entretanto a Irmã responsável pelo grupo apareceu e deu-lhe a mão. Disse-lhe para se despedir dos pais, o que ela fez, meio envergonhada, meio sem saber muito bem o que ia acontecer. E depois saímos. Ouvimos ainda uma criança a chorar imenso, mas ela não chorou. Olhou para ela, viu o que se estava a passar, mas não se deixou contagiar. Acho que no fundo ela sabe sempre que os pais vão voltar (regra geral nunca chora em situações de separação).
As horas que foram desde o momento em que a deixámos lá até ao momento em que a fomos buscar (umas meras três e meia, por ser o primeiro dia) foram longas. É estranho de repente voltar a ter tempo livre. Despachei o meu trabalho mais rapidamente, fui fazer compras, arrumei a cozinha e ainda tive tempo para não fazer nada. Claro que isto é tudo temporário, até o maninho vir cá para fora. Foi uma sensação nova, sobretudo quando fui às compras, ir sozinha, sem a minha companheira habitual. Quando a fomos buscar, lá estava ela, a acabar de almoçar tranquilamente. Ficou toda contente de nos ver, mas depois queria voltar para a sala e ficar a brincar. Explicámos que no dia seguinte iria voltar e que era altura de ir para casa. No caminho disse-nos que gostou e que o ursinho também gostou. Esperemos que nos outros dias também seja assim.

Entretanto, nas ruas por onde passei hoje de manhã vi várias crianças e adolescentes, todos vestidos com o habitual traje elegante polaco (ou seja, camisa branca e calças/saia escura) para o primeiro dia de escola. Eles fazem sempre isto no primeiro e no último dia. É um espectáculo diferente do habitual, ver tantos miúdos vestidos desta forma (até os pequenos da primária usam estas cores soturnas!), em sítios tão aleatórios. Assim assinalam eles o início de mais um ano lectivo. E este ano, pela primeira vez - apesar de nos termos vestido "coloridos" - nós também.

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