Cinco aninhos desde que a minha querida filha nasceu, num dia de grande calor, aqui em Varsóvia. Foi o início de muitas aventuras. Graças a ela conheci realidades da Polónia que desconhecia - e ainda hoje continuo a descobrir muitas coisas novas.
Ontem já celebrámos com a família, hoje será na escola e com a família nuclear e em breve será com os amigos mais próximos. A propósito disto, tive imensas dores de cabeça sobre como organizar a festa de anos dela com os amigos.
Uma das coisas que os comunistas fizeram na Polónia foi alterar drasticamente o sistema habitacional. Davam casas a toda a gente, mas que casas? Construíram blocos enormes, feíssimos, com dezenas de andares (o da avó do S. tem 17 andares) e centenas de apartamentos. Só que, para caberem muitas pessoas, faziam os apartamentos minúsculos. As casas antigas que sobreviveram à IIª Guerra Mundial foram fragmentadas em vários pequenos apartamentos. Ou seja, um apartamento antigo que tinha quase 200m2 era repartido em quatro casas de 50m2, ou mais até. Uma das primeiras casas onde viveram os meus sogros era precisamente uma destas, em que havia quartos com cozinhas improvisadas, casas-de-banho partilhadas, etc. O pior disto tudo é que o mercado imobiliário não consegue alterar-se de um dia para o outro e hoje em dia na mesma constroem-se imensas casas com 20m2, 30m2, 40m2, 50m2.
Li há dias que os comunistas fizeram isto como política anti-família. Para quem vive em casas pequenas, o aparecimento de filhos torna-se obviamente num problema logístico. E a ideia era essa: desincentivar as famílias numerosas. Duas décadas depois da queda do comunismo, continua-se a sentir este problema. Conheço várias famílias que vivem em casas com 50m2, com dois ou três filhos, e é um horror. Querem mudar para algo maior, mas não é fácil, porque os preços são proporcionais. Nós temos "sorte" por ter 70m2 e termos um quarto só para nós (há muitos casais que optam por dormir na sala e deixar os quartos para os filhos). Mas sentimos já falta de mais um quarto para trabalhar e outro para cada filho ter o seu.
E o que tem isto a ver com os anos da T.? Tem que eu gostaria de fazer uma festa de anos grande cá em casa, mas... não há espaço!! E como eu sentem-se muitas famílias. A tendência é alugar espaços e fazer festas organizadas, mas são caríssimas e eu gostava tanto de fazer como na minha infância: em casa, com bolos feitos por nós, decorações também nossas e a tranquilidade do lar. Ainda pensei fazer um piquenique, mas a perspectiva de andar o tempo todo a correr atrás do M. não foi muito agradável. Por isso, vamos na mesma fazer em casa, mas com uma lista de convidados reduzida. Paciência, quando arranjarmos uma casa maior talvez consigamos convidar mais gente. Mas para já, isso não é o mais importante. Por agora vou-me dedicar a desfrutar o aniversário da T.!
1 comentário:
Muitos parabéns a todos e sobretudo à T.!!! Muitos beijinhos e muitas alegrias por muitos, muitos anos! :)))
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