Penso que por causa do comunismo, os polacos normalmente só têm um ou dois nomes próprios e um apelido. Eventualmente há quem tenha dois apelidos, mas separados por hífen, o que faz com que acabe por ser um só mas composto.
Quando nasceu a Teresa quisemos registá-la cá com um apelido português e um polaco, mas deparámo-nos com funcionários públicos daqueles que adoram dificultar a vida das pessoas e, ems uma, acabámos por não poder. Entretanto soube que, se ela tivesse nascido um ano depois, já seria possível, porque entretanto a lei mudou.
No entanto, apesar de ser possível, penso que são raros os polacos que dão dois apelidos aos filhos. Já estão tão habituados à forma como as coisas são, que nem pensam mudar. O mais curioso para mim foi há dias estarmos com uns amigos e estarmos a discutir a questão dos nomes e fiquei a saber que deram à filha apenas um nome e um apelido. Não quiseram dar segundo nome. Porquê? Porque a mãe da criança tem dois nomes próprios e um apelido e diz que toda a vida os dois primeiros nomes a atrapalhava (em questões formais, entenda-se). Agora imagine-se a minha reacção, que tenho cinco apelidos (quatro de solteira e um de casada), ao ouvir alguém dizer que ter 3 nomes é muito confuso. É nestas pequenas coisas que se vê a diferença de mentalidades entre portugueses e polacos.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Mais um Natal polaco
Este ano, ao contrário do que inicialmente planeávamos, passamos o Natal na Polónia. Por muitos motivos vai ser um Natal diferente do tradicional (sobretudo para mim, pois todos os Natais na Polónia são ainda uma novidade). Primeiro, pela ausência do avô que partiu este ano, e depois, pelo nascimento do nosso filhinho. Assim se vai renovando o ciclo da vida na família. Por causa do falecimento do avô, a avó não se sente com forças para organizar o Natal como sempre tem vindo a fazer. Então este ano mudamos de cenário, mudamos de pessoas (se é que se pode dizer assim, pela ausência de alguns familiares que este ano não virão a Varsóvia) e vamos mudar também de menu. Isto porque desta vez quem vai cozinhar é a minha sogra. Ela até cozinha bem, mas confesso que vou sentir saudades do barszcz e do bigos feitos pela avó.
Diz a tradição polaca que na véspera de Natal a mesa deve ter 12 pratos diferentes (não me refiro à baixela, mas sim à comida). Nos Natais anteriores nunca houve a preocupação de ser literal nisto, mas por acaso acontecia termos mesmo 12 (às vezes um mesmo prato em duas travessas). Este ano, como a minha sogra não está habituada a preparar as comidas do Natal todas sozinhas, ofereci-me para fazer qualquer coisa em casa e levar, para ela não ficar com o peso de ter de fazer vários pratos diferentes. Normalmente na véspera, os polacos comem carpa e arenque (este último geralmente marinado). Como não sei cozinhar nenhum destes peixes - e muito menos à maneira polaca - decidi fazer outro peixe qualquer. Felizmente a minha sogra, apesar de ser muito tradicional em vários aspectos, gosta de inovar na cozinha e não se importa que eu faça um prato à la portuguesa. Como cá não se arranja bacalhau (só mesmo bacalhau fresco, mas o efeito não é o mesmo), optei pela solha. Vamos lá ver que tal fica. Vai ser um bocadinho de Portugal no nosso Natal polaco. Pensei ainda que poderia também fazer uma sobremesa, mas os sonhos são difíceis de fazer e rabanadas já fiz uma vez e dá muito trabalho (preferia evitar ter de fritar alguma coisa). Alguém tem outra sugestão?
Já agora, um bom Natal para todos!!
Diz a tradição polaca que na véspera de Natal a mesa deve ter 12 pratos diferentes (não me refiro à baixela, mas sim à comida). Nos Natais anteriores nunca houve a preocupação de ser literal nisto, mas por acaso acontecia termos mesmo 12 (às vezes um mesmo prato em duas travessas). Este ano, como a minha sogra não está habituada a preparar as comidas do Natal todas sozinhas, ofereci-me para fazer qualquer coisa em casa e levar, para ela não ficar com o peso de ter de fazer vários pratos diferentes. Normalmente na véspera, os polacos comem carpa e arenque (este último geralmente marinado). Como não sei cozinhar nenhum destes peixes - e muito menos à maneira polaca - decidi fazer outro peixe qualquer. Felizmente a minha sogra, apesar de ser muito tradicional em vários aspectos, gosta de inovar na cozinha e não se importa que eu faça um prato à la portuguesa. Como cá não se arranja bacalhau (só mesmo bacalhau fresco, mas o efeito não é o mesmo), optei pela solha. Vamos lá ver que tal fica. Vai ser um bocadinho de Portugal no nosso Natal polaco. Pensei ainda que poderia também fazer uma sobremesa, mas os sonhos são difíceis de fazer e rabanadas já fiz uma vez e dá muito trabalho (preferia evitar ter de fritar alguma coisa). Alguém tem outra sugestão?
Já agora, um bom Natal para todos!!
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Gosto do Inverno na Polónia
O título deste post não é inteiramente verdade, mas como o post anterior se chamava "Detesto o Outono..." e marcou o início de uma longa interrupção, nada como a chegada do Inverno para marcar o regresso à escrita.
Os últimos tempos foram atribulados, com um parto pelo meio e uma recuperação algo dolorosa, como é normal. Tenho algumas observações a fazer sobre a Polónia que gostava de colocar aqui, sobretudo sobre a minha estadia na maternidade. Espero nos próximos tempos ter capacidade para o fazer.
Por enquanto aproveito para dizer que ontem à noite nevou e hoje ainda se vêem restos de neve no chão. Disseram-me que no Natal não ia haver neve. Há um ditado cá que diz que quando em Sta. Bárbara (dia 4 de Dezembro) há chuva, então o Natal não vai ser agreste (em termos de temperatura, entenda-se). E como dizem que nesse dia chuviscou um pouco, é possível que no Natal o tempo esteja bom. Vamos ver.
Os últimos tempos foram atribulados, com um parto pelo meio e uma recuperação algo dolorosa, como é normal. Tenho algumas observações a fazer sobre a Polónia que gostava de colocar aqui, sobretudo sobre a minha estadia na maternidade. Espero nos próximos tempos ter capacidade para o fazer.
Por enquanto aproveito para dizer que ontem à noite nevou e hoje ainda se vêem restos de neve no chão. Disseram-me que no Natal não ia haver neve. Há um ditado cá que diz que quando em Sta. Bárbara (dia 4 de Dezembro) há chuva, então o Natal não vai ser agreste (em termos de temperatura, entenda-se). E como dizem que nesse dia chuviscou um pouco, é possível que no Natal o tempo esteja bom. Vamos ver.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Detesto o Outono na Polónia
O Outono é a estação do ano de que menos gosto na Polónia. O frio chega logo em Setembro, os dias começam a ser cinzentos e cada vez mais curtos. Desde que vim para cá que sinto que os meses até ao fim do ano são aqueles que mais custa a passar. Curiosamente, há pouco tempo, em conversa com duas pessoas diferentes mas com as quais veio à baila o tema do Outono aqui em comparação com o Outono em Portugal, ambas me disseram: "Ah, o Outono é a minha estação do ano preferida!!". Fiquei em choque, pois para mim é exactamente o contrário! E os argumentos? "A vegetação fica toda com cores lindas!" e "Finalmente podemos voltar a usar roupa quente, aquelas camisolas quentinhas tão agradáveis! Já não está aquele calor abrasador do Verão." Custou-me a acreditar no que estava a ouvir! Estes polacos são doidos! O argumento da natureza se vestir de várias cores quentes ainda aceito, é verdade. Quando está sol e o tempo não está mau, é muito agradável passear e ver as árvores com folhas vermelhas e amarelas, ou os tapetes de folhas de todas as cores no chão. É um quadro que não se vê em Portugal e que vale a pena ver. É de uma grande beleza. Mas isso só para mim não chega. Preciso de sol (!!!), calorzinho, dias grandes,... O argumento de vestir-se quente para mim não serve. Sei que há pessoas que gostam do tempo frio porque podem vestir outras roupas diferentes. Mas eu preferia reduzir esse tempo a alguns meses do ano e não à sua maioria. Admito que no Verão passei algumas dificuldades com o calor exagerado que apanhei no Algarve. Só que o Outono não tem de ser assim tão quente. Pode ser um médio-quente. Uns 20ºC, vá lá. Aqui, a média dos últimos dias tem sido 10ºC e ainda somado a isso vento forte. Para mim é uma passagem muito rápida do Verão para o Outono, sobretudo porque este Outono tem ar de Inverno português. Há que sobreviver, aproveitar para se sair enquanto ainda se pode e desfrutar ao máximo os dias de sol. Agora, no que diz respeito aos dias ficarem pequenos... ainda vamos ter de sofrer um bom bocado!!
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Lanche de escola
Hoje o lanche na escola da minha filha é o seguinte: kisiel de frutas (é uma coisa parecida com gelatina), pipocas e fruta. Pipocas ao lanche?? Não admira que chegue a casa esfomeada...
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Viajar acompanhados por uma estrela
No Verão, quando fomos para Portugal, viajou connosco no avião a cantora polaca Edyta Górniak. Só dei por ela quando já estávamos dentro do avião. Ia sozinha com o filho. Durante a viagem, algumas pessoas foram até junto dela para pedir autógrafos ou tirar fotografias. Pessoalmente não ligo muito às vedetas polacas (nem às portuguesas, a bem dizer). Mas a verdade é que a Edyta é daquelas que aparece em quase todas as revistas de fofocas. Até eu, que praticamente nelas não pego, conheço os desaires amorosos da senhora. No aeroporto de Lisboa é que a vi mais de perto, porque ficámos quase lado a lado junto ao cinto das malas (fugimos para a zona que tinha menos gente). Eles tinham umas malas tão grandes que ficámos a pensar como é que as iam conseguir tirar do cinto. Sinceramente não vi o que ela fez, porque estávamos mais interessados nas nossas coisas do que no que a sra. cantora ia fazer.
Curioso foi, já depois das férias, um dia em casa de uma pessoa peguei numa destas revistas cor-de-rosa e deparo-me com uma notícia a comentar o facto da Edyta Górniak ter ido passar férias a Portugal com o filho! E vê-se que as fotos foram tiradas no dia da nossa partida (a mesma roupa, etc). Diz a notícia que o namorado se foi despedir dela ao aeroporto (sim, porque ela viajou só mesmo com o filho) e que mais tarde se lhes juntou para passarem o resto das férias juntos. Do que me contaram depois, pelos vistos a cantora gosta de passar férias em Portugal, já que não é a primeira nem a segunda vez que para ali vai. Só posso comentar que tem bom gosto.
Curioso foi, já depois das férias, um dia em casa de uma pessoa peguei numa destas revistas cor-de-rosa e deparo-me com uma notícia a comentar o facto da Edyta Górniak ter ido passar férias a Portugal com o filho! E vê-se que as fotos foram tiradas no dia da nossa partida (a mesma roupa, etc). Diz a notícia que o namorado se foi despedir dela ao aeroporto (sim, porque ela viajou só mesmo com o filho) e que mais tarde se lhes juntou para passarem o resto das férias juntos. Do que me contaram depois, pelos vistos a cantora gosta de passar férias em Portugal, já que não é a primeira nem a segunda vez que para ali vai. Só posso comentar que tem bom gosto.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Ganhou 28 milhões de zlótis no totoloto polaco
Esta semana havia um grande prémio em jogo no totoloto, de 52 milhões de zlótis. Nós ainda jogámos uma quantia simbólica só por piada. Ontem, as notícias diziam que havia dois vencedores, um deles em Varsóvia. O mais curioso é que esse tinha entregado o boletim aqui perto. Hoje fiquei a saber que precisamente esse sortudo trabalhava no call-center da empresa do Stas!!! Entretanto já se despediu e, ao que parece, publicou no facebook fotos do boletim vencedor e anda a contar a toda a gente que ganhou. Pobre rapaz, cheira-me que o dinheiro vai desaparecer bem mais depressa do que ele pensa...
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
10 anos da Wikipedia polaca
A Wikipedia polaca faz 10 anos. Por causa disto fiquei a saber uma coisa interessante: para além da versão normal em polaco, existem ainda duas wikipédias em dialectos da Polónia. Uma delas, a Ślunsko Wikipedyjo, escrita no dialecto falado na região da Silésia, a sudoeste da Polónia, e a outra, a Kaszëbskô Wikipedijô, escrita no dialecto falado na região da Cassúbia, a noroeste.
Aqui fica um print screen da página inicial de cada uma delas.
Nota: Imagino que para o comum dos mortais mostrar estas páginas, ou a página da Wikipedia polaca é exactamente a mesma coisa. Para quem conhece algo da língua polaca, isto até tem a sua graça, porque vêem-se diferenças notáveis. Assim à primeira vista, fico com a sensação que o dialecto da Silésia é mais semelhante ao polaco do que o da Cassúbia.
Aqui fica um print screen da página inicial de cada uma delas.
Nota: Imagino que para o comum dos mortais mostrar estas páginas, ou a página da Wikipedia polaca é exactamente a mesma coisa. Para quem conhece algo da língua polaca, isto até tem a sua graça, porque vêem-se diferenças notáveis. Assim à primeira vista, fico com a sensação que o dialecto da Silésia é mais semelhante ao polaco do que o da Cassúbia.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Tradução dos nomes
Como é possível que Lourenço em polaco se diga Wawrzyniec e que o nome polaco Wojciech em português corresponde a Adalberto??
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Quando o cérebro começa a baralhar línguas
Noutro dia telefonaram-me de uma agência de traduções a perguntar se eu podia ir fazer tradução simultânea numa formação. A tradução devia ser feita para espanhol. Se fosse há uns anos atrás, não havia qualquer problema, tinha dito logo que sim. No entanto, infelizmente tive de recusar o trabalho. Acontece que, desde que estou na Polónia, tenho tido mais dificuldade em falar línguas como o espanhol ou inglês. Como o meu dia-a-dia gira à volta do português e do polaco, não é fácil de repente passar para outra língua. Nos últimos anos, sempre que por qualquer motivo tenho de falar outra língua, dou por mim a meter palavras polacas pelo meio e a baralhar tudo. Por causa desta falta de treino não me senti capaz de fazer essa tradução.
Mas o pior de tudo é quando estou a falar português e de repente salta-me uma palavra polaca para a boca. Já me aconteceu em Portugal em várias situações, mas deu sempre para disfarçar de tal modo que as pessoas com quem estava a falar não deram por isso. Aqui em casa, por exemplo, quando estamos a falar português, às vezes meto uma palavra polaca pelo meio (normalmente palavras que não há em português, ou que em polaco resultam melhor em determinado contexto), outras vezes "aportugueso" algum termo polaco concreto. Por exemplo, quero referir-me aos prédios de vários andares típicos do comunismo, chamados coloquialmente "blokowisko", mas no plural; então faço à portuguesa e no fim acrescento um "s" (neste caso ficaria "blokowiskos"). O que nunca me tinha acontecido foi, como ontem, aportuguesar uma palavra sem me dar conta disso e dar por mim a dizer uma frase sem sentido nenhum. Tratava-se da palavra "pan", que significa senhor. Tínhamos acabado de falar com um senhor, de quem eu não me lembrava, mas o Stas sim. Depois deste se ausentar, comentei em português que não me lembrava do dito senhor. Só que, como a conversa anterior tinha sido em polaco, dei por mim a dizer: "Não me lembro deste pão"... Mal as palavras me saíram da boca, percebi a asneira que tinha dito (até porque o senhor, coitado, nem era nenhum pão...) e fiquei muito surpreendida como é que o meu cérebro me pregou uma partida destas. Vulnerabilidades linguísticas. Agora estou à espera para ver qual será a próxima. O mais curioso disto tudo é que a minha filha não tem estas baralhações como eu. Ou fala português, ou fala polaco, ou mistura, mas nunca aldraba as palavras destas maneiras.
Mas o pior de tudo é quando estou a falar português e de repente salta-me uma palavra polaca para a boca. Já me aconteceu em Portugal em várias situações, mas deu sempre para disfarçar de tal modo que as pessoas com quem estava a falar não deram por isso. Aqui em casa, por exemplo, quando estamos a falar português, às vezes meto uma palavra polaca pelo meio (normalmente palavras que não há em português, ou que em polaco resultam melhor em determinado contexto), outras vezes "aportugueso" algum termo polaco concreto. Por exemplo, quero referir-me aos prédios de vários andares típicos do comunismo, chamados coloquialmente "blokowisko", mas no plural; então faço à portuguesa e no fim acrescento um "s" (neste caso ficaria "blokowiskos"). O que nunca me tinha acontecido foi, como ontem, aportuguesar uma palavra sem me dar conta disso e dar por mim a dizer uma frase sem sentido nenhum. Tratava-se da palavra "pan", que significa senhor. Tínhamos acabado de falar com um senhor, de quem eu não me lembrava, mas o Stas sim. Depois deste se ausentar, comentei em português que não me lembrava do dito senhor. Só que, como a conversa anterior tinha sido em polaco, dei por mim a dizer: "Não me lembro deste pão"... Mal as palavras me saíram da boca, percebi a asneira que tinha dito (até porque o senhor, coitado, nem era nenhum pão...) e fiquei muito surpreendida como é que o meu cérebro me pregou uma partida destas. Vulnerabilidades linguísticas. Agora estou à espera para ver qual será a próxima. O mais curioso disto tudo é que a minha filha não tem estas baralhações como eu. Ou fala português, ou fala polaco, ou mistura, mas nunca aldraba as palavras destas maneiras.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Afinal, a Polónia também é um país pequeno
Ontem à tarde, depois de regressarmos do infantário, parámos no parque infantil para gastar ainda mais umas energias. Apareceu uma menina com quem a minha filha em pouco tempo começou a brincar. Como é costume dela, ia falando e volta e meia dirigia-se a mim dizendo algumas coisas em português. De repente, a mãe da outra criança vira-se para mim e diz: "Ela está a falar português!". Fiquei muito surpreendida e respondi-lhe que sim. Normalmente as pessoas pensam que é espanhol, ou outra língua parecida, mas nunca ninguém acerta que é português. (Noutro dia, por exemplo, quando estava no centro de saúde à espera de ser atendida estava a ler um livro em português e a senhora do lado - que já tinha metido antes conversa comigo - perguntou se era francês ou espanhol.) Vim então a saber que a mãe da nova amiguinha da minha filha formou-se em língua portuguesa! Do que percebi estava mais familiarizada com a versão brasileira, pois até tinha vivido no Brasil durante uns meses. Mas das poucas coisas que a Teresinha disse (ainda por cima com sotaque de criança pequena) conseguiu captar logo em que língua ela estava a falar. Diz-me essa senhora a certa altura: "Engraçado como o mundo é pequeno!". É bem verdade! E para o comprovar contei-lhe ainda que a minha vizinha de cima casou com um brasileiro e tem um filho também bilingue (só que esses moram no Brasil e ela só esporadicamente vem cá passar alguma temporada com a criança - por acaso agora está cá). Ou seja, não só no meu prédio há duas famílias ligadas à língua portuguesa, como no prédio ao lado vive uma senhora que domina o português! Afinal de contas, a Polónia também é um país pequeno.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
O mistério das quadrículas
Com o regresso às aulas, o que mais se vê à venda nos grandes supermercados é material escolar. Há dias passei num hipermercado e lembrei-me de dar um salto à enorme secção em destaque com cadernos, canetas, estojos, etc. Queria comprar um caderno A5 de linhas, com argolas, ao estilo daqueles da Agata Ruiz de la Prada (mais grossos do que o normal). Não sei precisar a quantidade de cadernos que vi espalhados pelos expositores, mas eram mesmo muitos. Uns fininhos, outros com mais páginas, capa dura e lombada e outros com argolas, como eu queria. Devo ter pegado em praticamente todos os cadernos com argolas que por ali vi e... eram todos quadriculados!! Nem um liso, nem um de linhas! Comecei a achar aquilo muito estranho, então embrenhei-me mais na procura, indo até à secção habitual de materia escolar confirmar que não havia lá nada escondido. Mas não. Só quadrados, quadrados, quadrados. As linhas devem ter ficado esquecidas algures. Nesse dia fiquei a saber - por experiência própria e por ter perguntado a alguém depois - que os miúdos nas escolas usam sobretudo cadernos de quadrados. Porque será?? E eu continuo em busca do meu caderninho de linhas.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Comida de escola
É certo e sabido que as comidas de escola ou de cantinas nunca são grande coisa. Acredito que haja excepções, mas regra geral são sempre meio sem graça. Estive a ver a tabela com as refeições da minha filha no infantário e confesso que o coração ficou um bocadinho pequenino. Ela não se queixa e do que tenho sabido até come tudo (ou quase). Se gosta ou não, não sei, mas que come porque não tem outra opção e está cheia de fome, lá isso é verdade. Até agora, sempre que chega a casa, mesmo depois de lanchar lá, vem com um apetite voraz.
Algumas das refeições servidas até não são más, mas há outras...!! Até o meu marido, polaco, diz que são uma porcaria. Talvez estejamos todos mal habituados, pois aqui em casa predomina a cozinha portuguesa e raramente comemos coisas tipicamente polacas. Agora na escola, ela vai ter de se habituar a novos sabores. Enquanto não se queixar, tudo bem. Tenho é de começar a investir mais nos lanches pós-infantário.
PS - Não quero com isto dizer que a cozinha polaca seja má, simplesmente a conjugação que fazem neste infantário não nos parece das mais felizes... Felizmente não é assim todos os dias.
Algumas das refeições servidas até não são más, mas há outras...!! Até o meu marido, polaco, diz que são uma porcaria. Talvez estejamos todos mal habituados, pois aqui em casa predomina a cozinha portuguesa e raramente comemos coisas tipicamente polacas. Agora na escola, ela vai ter de se habituar a novos sabores. Enquanto não se queixar, tudo bem. Tenho é de começar a investir mais nos lanches pós-infantário.
PS - Não quero com isto dizer que a cozinha polaca seja má, simplesmente a conjugação que fazem neste infantário não nos parece das mais felizes... Felizmente não é assim todos os dias.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
O primeiro dia no infantário!
Hoje, dia 1 de Setembro, é um dia muito importante na Polónia. Não, não me estou a referir ao aniversário da invasão da Alemanha que despoletou o início da IIª Guerra Mundial. Hoje é o dia em que começa a escola em todo o país. Foi, por isso, também o primeiro dia de infantário da nossa pequena Teresa. Eu aguardava este dia com alguma expectativa, pois não fazia ideia de como ela iria reagir. Lembro-me bem do meu primeiro dia e lembro-me de passar o tempo todo a chorar à espera da minha mãe. O meu maior terror era ela ter um dia igual. Para além disso, sendo a primeira filha e tendo estado comigo até aos três anos, previ logo que para mim não ia ser fácil. Ontem à noite recebi um sms gozão, em que me diziam que eu me ia fartar de chorar. Claro que me ri, mas achei que seria mesmo assim. O Stas preparou tudo de véspera com ela: a roupa, o saco para levar, o ursinho de peluche que lhe iria fazer companhia, etc. Hoje, quando acordou, foi só pegar no que já estava pronto e arranjou-se num instante. Estava entusiasmada, porque sabia que ia brincar com outras crianças. Quando chegámos à porta do infantário, cruzámo-nos com uma mãe que saía apressada, bem vestida, com ar de quem ia para o trabalho, e a limpar as lágrimas que discretamente deixara escapar. Fiquei logo com o coração apertado, a pensar se me iria acontecer o mesmo. Descobrimos o lugar para a Teresa deixar as suas coisas (ela decorou logo onde era), ajudámo-la a tirar os sapatos (eles cá andam de pantufas na escola) e o casaco, porque ela estava ocupada a olhar para tudo o que havia naquela divisão. Depois fomos juntos até à sala, onde ela encontrou logo uns brinquedos que lhe interessaram. Quisemos ainda ir mostrar-lhe onde era a casa-de-banho, mas foi difícil arrancá-la da sala; não queria sair de lá!! Tinha tanta coisa nova e interessante! Mostrámos-lhe onde era e depois voltámos aos brinquedos. Entretanto a Irmã responsável pelo grupo apareceu e deu-lhe a mão. Disse-lhe para se despedir dos pais, o que ela fez, meio envergonhada, meio sem saber muito bem o que ia acontecer. E depois saímos. Ouvimos ainda uma criança a chorar imenso, mas ela não chorou. Olhou para ela, viu o que se estava a passar, mas não se deixou contagiar. Acho que no fundo ela sabe sempre que os pais vão voltar (regra geral nunca chora em situações de separação).
As horas que foram desde o momento em que a deixámos lá até ao momento em que a fomos buscar (umas meras três e meia, por ser o primeiro dia) foram longas. É estranho de repente voltar a ter tempo livre. Despachei o meu trabalho mais rapidamente, fui fazer compras, arrumei a cozinha e ainda tive tempo para não fazer nada. Claro que isto é tudo temporário, até o maninho vir cá para fora. Foi uma sensação nova, sobretudo quando fui às compras, ir sozinha, sem a minha companheira habitual. Quando a fomos buscar, lá estava ela, a acabar de almoçar tranquilamente. Ficou toda contente de nos ver, mas depois queria voltar para a sala e ficar a brincar. Explicámos que no dia seguinte iria voltar e que era altura de ir para casa. No caminho disse-nos que gostou e que o ursinho também gostou. Esperemos que nos outros dias também seja assim.
Entretanto, nas ruas por onde passei hoje de manhã vi várias crianças e adolescentes, todos vestidos com o habitual traje elegante polaco (ou seja, camisa branca e calças/saia escura) para o primeiro dia de escola. Eles fazem sempre isto no primeiro e no último dia. É um espectáculo diferente do habitual, ver tantos miúdos vestidos desta forma (até os pequenos da primária usam estas cores soturnas!), em sítios tão aleatórios. Assim assinalam eles o início de mais um ano lectivo. E este ano, pela primeira vez - apesar de nos termos vestido "coloridos" - nós também.
As horas que foram desde o momento em que a deixámos lá até ao momento em que a fomos buscar (umas meras três e meia, por ser o primeiro dia) foram longas. É estranho de repente voltar a ter tempo livre. Despachei o meu trabalho mais rapidamente, fui fazer compras, arrumei a cozinha e ainda tive tempo para não fazer nada. Claro que isto é tudo temporário, até o maninho vir cá para fora. Foi uma sensação nova, sobretudo quando fui às compras, ir sozinha, sem a minha companheira habitual. Quando a fomos buscar, lá estava ela, a acabar de almoçar tranquilamente. Ficou toda contente de nos ver, mas depois queria voltar para a sala e ficar a brincar. Explicámos que no dia seguinte iria voltar e que era altura de ir para casa. No caminho disse-nos que gostou e que o ursinho também gostou. Esperemos que nos outros dias também seja assim.
Entretanto, nas ruas por onde passei hoje de manhã vi várias crianças e adolescentes, todos vestidos com o habitual traje elegante polaco (ou seja, camisa branca e calças/saia escura) para o primeiro dia de escola. Eles fazem sempre isto no primeiro e no último dia. É um espectáculo diferente do habitual, ver tantos miúdos vestidos desta forma (até os pequenos da primária usam estas cores soturnas!), em sítios tão aleatórios. Assim assinalam eles o início de mais um ano lectivo. E este ano, pela primeira vez - apesar de nos termos vestido "coloridos" - nós também.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Pseudo-praia em Varsóvia
Há poucos meses abriram uma pseudo-praia em Varsóvia. Fica em Wilanów e não percebi ainda se aquilo tem algum patrocínio da cidade de Gdynia. Trata-se de um recinto cheio de areia (que penso que veio precisamente de Gdynia), com uma zona para as crianças brincarem, seja na areia ou em baloiços, escorregas e outros que tais, e uma zona onde se pode tomar alguma bebida (não verifiquei se se pode comer a sério). Tem também várias cadeiras de pano tipo praia e pufs para quem quiser ir apanhar banhos de sol. Estivemos lá neste fim-de-semana pela primeira vez, pois já há algum tempo que tínhamos curiosidade de lá ir. No areal as crianças brincavam, alguns adultos apanhavam sol (vi pessoas que estavam de fato de banho, mas com algumas peças de roupa por cima), outros escondidos na sombra tomavam uma cervejinha ou algo do estilo. Para quem tem filhos pequenis, ali dá para passar uma tarde agradável e descansada, pois as crianças ficam entretidas, debaixo de olho e os pais podem também relaxar.
Claro que comparar isto com uma praia normal é um sacrilégio. Não tem absolutamente nada a ver. Se calhar para os varsovianos poderá ter alguma piada, mas para mim, depois de duas semaninhas no Algarve, não me convenceu. Só mesmo pela perspectiva de ser um café com parque infantil incluido (e muita areia no chão).
Claro que comparar isto com uma praia normal é um sacrilégio. Não tem absolutamente nada a ver. Se calhar para os varsovianos poderá ter alguma piada, mas para mim, depois de duas semaninhas no Algarve, não me convenceu. Só mesmo pela perspectiva de ser um café com parque infantil incluido (e muita areia no chão).
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Tudo igual
Algo que já comprovei que não mudou durante o nosso tempo de férias foi a praga dos mosquitos. Ontem, só no trajecto do carro até casa (tendo em conta que o carro ficou à porta), fui picada pelo menos três vezes e duas melgas vieram coladas a mim até casa. Estas melgas polacas são uns autênticos monstros. Antes de ir para Portugal, como estava traumatizada com elas, comprámos diferentes repelentes e levámo-los connosco. Acabámos por praticamente não os usar lá, porque não foi preciso. Já aqui, ontem à noite os ditos insectos fizeram questão de me lembrar que, antes de ir de férias, sempre que saíamos ao entardecer levávamos connosco um spray repelente para podermos sobreviver às picadelas (sim, porque há umas melgas que, quando picam, deixam uma marca durante vários dias - e às vezes dói!...). Lá vamos nós ter de voltar a essa rotina! Ora bolas...
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Depois das férias
Lembro-me que, quando era pequena, o regresso a casa depois das férias era uma emoção. Passava quase dois meses longe de Lisboa e quando chegava era olhar para todos os lados e ver que lojas abriram, fecharam, mudaram a decoração, quais são as novas publicidades nos outdoors, etc. Havia sempre coisas novas ou pelo menos mudanças. Ontem regressámos de férias e quando estava a vir até casa olhei de relance para alguns sítios, mas estava tudo exactamente na mesma. Já não há a emoção de quando era criança, apenas o desejo de chegar o mais depressa possível para poder desfazer e arrumar as malas e "descansar" das férias.
A única alteração que notei - isso sim! - foi... o sabor da manteiga!! Depois de algumas semanas em Portugal, chegar a Varsóvia e comer torradas com manteiga sem sal foi um choque (sobretudo para o paladar). Felizmente hoje já vamos às compras para repor o stock.
A única alteração que notei - isso sim! - foi... o sabor da manteiga!! Depois de algumas semanas em Portugal, chegar a Varsóvia e comer torradas com manteiga sem sal foi um choque (sobretudo para o paladar). Felizmente hoje já vamos às compras para repor o stock.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Fonte multimédia
Há uns meses foi inaugurada na parte antiga da cidade uma fonte enorme, com uma série de jactos de água e que à noite fica iluminada. Todos os sábados, nos meses "quentes", fazem um espectáculo multimédia, como eles lhe chamam, com música, luzes sincronizados com os jactos de água da fonte. Há umas semanas, meio à maluca, no fim do jantar fomos lá para ver que tal era. Chegámos no fim do primeiro espectáculo e ainda assistimos ao segundo. O parque estava cheio de gente, com um ambiente muito festivo e agradável. Os dois espectáculos multimédia eram diferentes. O segundo, que foi aquele que vimos na totalidade, estava muito giro, mas achei uma propaganda exagerada à União Europeia (tudo por causa da presidência polaca). Era non-stop UE, UE, UE, somos todos Europa, etc. Até enjoava... Mas se nos abstraíssemos dessa temática, estava muito bem feito. A Teresa aplaudiu em alguns momentos e gritava: eeeeeee!, de entusiasmo por ver aquilo. Tentei tirar fotos, mas a máquina não capta tão bem, ao vivo é que dá para ver o efeito real. Estas imagens são abstractas, mas em alguns momentos passaram imagens como o logo da presidência polaca na UE, uma animação com duas pessoas a dançar e coisas do estilo. Num momento faziam efeitos de luzes com as cores das bandeiras dos diferentes Estados europeus e quando chegou a vez de Portugal passaram uma música com sons típicos da nossa música tradicional. É pena só fazerem isto uma vez por semana. Recomendo vivamente um passeio por aqueles lados no sábado à noite para desfrutar este espectáculo.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Tour de Pologne
Sem grande inspiração para escrever, aproveito para colocar duas fotos que tirei no Domingo. Foi o dia em que começou o Tour de Pologne, equivalente à nossa Volta a Portugal. A primeira etapa precisamente passava aqui em Varsóvia e mesmo perto de nossa casa. Combinámos com uns amigos e fomos para a rua vê-los passar. Foi muito giro, lembrou-me quando estávamos na Figueira e havia uma etapa que passava por lá. Só que aqui nós não fomos para o sítio principal onde o bairro organizou uma festinha e onde estavam a maior parte das pessoas. Mesmo assim juntou-se ali um grupinho jeitoso que ainda aplaudiu os ciclistas. Aqui estão duas imagens do grupo:
Este era o pelotão da frente, que ia a uma distância considerável dos outros todos.
terça-feira, 26 de julho de 2011
A Janela da Vida
Há uns meses contaram-me que uma polaca que conheci há vários anos tinha e com quem actualmente não tenho contacto tinha adoptado uma criança. Ela estava casada há uns seis ou sete anos, mas sem filhos. Decidiram então adoptar um bebé e neste momento têm uma pequena Lúcia, que não sei se já terá sequer um ano. Quem me contou isto acrecentou ainda que a bebé tinha sido adoptada através da "Janela da Vida". Como nunca tinha ouvido falar nisto antes, perguntei-lhe do que se tratava. Explicou-me que alguns conventos - à semelhança do que acontecia antigamente, quando os pais que não podiam criar os filhos os deixavam à porta dum convento - têm uma coisa chamada "Janela da Vida", onde as mães deixam os bebés que não podem criar e o convento recolhe-os. Fiquei muito surpreendida, pois pensei que este costume já não existisse. Curiosamente algumas semanas depois esbarrei com um artigo numa revista sobre isto. Ao que parece contam-se pelos dedos os conventos que tèm estas "Janelas da Vida", ou até nem isso. Há um em Varsóvia, em Cracóvia e em outras cidades da Polónia. Numa parede do convento há um buraco com uma janela para dentro e uma para fora. No meio há um sítio próprio para deitar o bebé. Quem o quiser deixar, abre a janela de fora, coloca-o nesse compartimento intermédio e fecha a janela. No momento em que alguma criança lá é colocada, a pessoa responsável pela Janela recebe um sinal num aparelho tipo beeper e vai logo lá buscar o bebé. O quarto no qual está essa janela está equipado com todo o material necessário para prestar os cuidados primários ao bebé e a pessoa responsável - pelo menos a de Varsóvia, que foi o caso descrito na revista - tem a formação adequada para tratar dele. Quando aparece uma criança nova há uma série de formalidades que têm de ser cumpridas: telefona-se para a polícia, que vem tomar conta da ocorrência, e em seguida vem uma ambulância que leva o bebé ao hospital para verificar o seu estado de saúde. Depois de tudo isto - não sei ao certo quanto tempo depois - o bebé é encaminhado para um orfanato, de onde será posteriormente entregue para adopção. Durante todo este processo não se faz nenhuma tentativa de localizar os pais. Confesso que achei isto bastante interessante, pois nunca pensei que existisse algo do género.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
No Zoo
No fim-de-semana fomos ao Jardim Zoológico de Varsóvia. Já há que tempos que lá queria ir. Estive lá uma vez, mas a Teresa era ainda muito pequena para apreciar os animais. Desta vez achou muito mais piada. Já me tinha esquecido de como o Zoo é enorme e como se andam quilómetros lá dentro. Pelo meio encontram-se espaços verdes, bancos para sentar (uff!) e até mesas para fazer piquenique. Fui para lá a achar que íamos passar uma, duas horas no máximo e só depois percebi que as pessoas vão para lá para passar o dia. Fomos com uns amigos que ficaram lá seis horas!!... Nós não aguentámos tanto, sobretudo por causa das crianças: uma delas estava a adormecer às cavalitas do pai e a outra, que ainda está na barriga da mãe, estava a deixá-la de rastos. Tive pena de não conseguirmos ver tudo o que queríamos, mas de facto tem de se ir bem apetrechado. E de facto penso que não é um passeio para se fazer em grupo, mas cada família sozinha, para poder ir no seu ritmo, parar quando for preciso e avançar quando for possível.
O Jardim Zoológico pareceu-me bem arranjado. Havia filas grandes para as bilheteiras, mas o mais cómico é que num dos lados havia uma fila enorme onde as pessoas, mal chegavam, se punham, achando que era para a bilheteira. Só que essa fila era... para o multibanco!! Então várias pessoas passaram uma meia hora nessa fila para descobrirem que estavam no sítio errado e depois passarem outra meia hora na filha para a bilheteira mesmo. Nós felizmente não caímos nessa asneira. A variedade de animais é grande e interessante. Claro que não há golfinhos, nem leões marinhos como em Lisboa, mas há muitos outros que fazem as delícias das crianças. Dentro do Zoo há vários locais onde se pode comprar comida e bebidas. Houve uma zona por onde passei que me cheirou à infelizmente já extinta Feira Popular de Lisboa. Não é muito agradável passar por uma nuvem de fumo mal cheiroso, mas apesar do cheiro ser mau, trouxe-me recordações boas da minha infância.
Em termos de infraestruturas há uma falha grande no Zoo: não há estacionamento, nem nada que se pareça com isso. Por isso, os carros têm de estacionar nos passeios ou entrar por outras zonas proibidas. Claro que a polícia anda à caça de multas e vi lá vários reboques (felizmente não chegaram a nós). A alternativa é ir de transportes públicos, o que no regresso se torna pouco agradável, sobretudo quando estamos exaustos.
Para concluir, para quem tem filhos uma ida ao Zoo é sempre uma alegria e uma lição viva de ciências. Assim uma vez por ano ou de dois em dois anos vale a pena lá ir. Já agora, recomendo uma espreitadela ao site do Zoo, onde se podem ver imagens em directo de alguns animais.
O Jardim Zoológico pareceu-me bem arranjado. Havia filas grandes para as bilheteiras, mas o mais cómico é que num dos lados havia uma fila enorme onde as pessoas, mal chegavam, se punham, achando que era para a bilheteira. Só que essa fila era... para o multibanco!! Então várias pessoas passaram uma meia hora nessa fila para descobrirem que estavam no sítio errado e depois passarem outra meia hora na filha para a bilheteira mesmo. Nós felizmente não caímos nessa asneira. A variedade de animais é grande e interessante. Claro que não há golfinhos, nem leões marinhos como em Lisboa, mas há muitos outros que fazem as delícias das crianças. Dentro do Zoo há vários locais onde se pode comprar comida e bebidas. Houve uma zona por onde passei que me cheirou à infelizmente já extinta Feira Popular de Lisboa. Não é muito agradável passar por uma nuvem de fumo mal cheiroso, mas apesar do cheiro ser mau, trouxe-me recordações boas da minha infância.
Em termos de infraestruturas há uma falha grande no Zoo: não há estacionamento, nem nada que se pareça com isso. Por isso, os carros têm de estacionar nos passeios ou entrar por outras zonas proibidas. Claro que a polícia anda à caça de multas e vi lá vários reboques (felizmente não chegaram a nós). A alternativa é ir de transportes públicos, o que no regresso se torna pouco agradável, sobretudo quando estamos exaustos.
Para concluir, para quem tem filhos uma ida ao Zoo é sempre uma alegria e uma lição viva de ciências. Assim uma vez por ano ou de dois em dois anos vale a pena lá ir. Já agora, recomendo uma espreitadela ao site do Zoo, onde se podem ver imagens em directo de alguns animais.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Palavras Cruzadas
Ontem pela primeira vez estive a fazer palavras cruzadas em polaco. Claro que não consegui chegar ao fim (até porque a grelha era daquelas enooormes), mas consegui descobrir várias palavras sozinha. Viva eu! :P
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Quando os filhos ensinam os pais
Ontem a Teresa estava a ver um livro com o pai e ia dizendo o que estava a ver. Eu, ao longe, ia ouvindo as palavras que ela dizia, mas a certa altura ela diz:
- To jest rąb.
- Tak, to jest rąb. - confirmou o pai.
E eu, feita parva, sem saber o que significava aquela palavra. Pela primeira vez ouvi a minha filha dizer algo em polaco cujo significado era para mim desconhecido. Ontem, graças a ela, fiquei a saber que rąb significa losango.
- To jest rąb.
- Tak, to jest rąb. - confirmou o pai.
E eu, feita parva, sem saber o que significava aquela palavra. Pela primeira vez ouvi a minha filha dizer algo em polaco cujo significado era para mim desconhecido. Ontem, graças a ela, fiquei a saber que rąb significa losango.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Há com cada uma...
Volta e meia algumas pessoas contactam-me porque querem ir a Portugal ou, mais frequentemente, porque conhecem alguém que vai lá e pedem-me informações. Onde ficar, o que visitar e outras do estilo. Ontem, por acaso, duas pessoas pediram-me informações deste estilo, mas uma delas de forma algo inesperada. A secretária de uma empresa de traduções para quem fiz recentemente um trabalho telefonou-me no fim do seu horário laboral (mas ainda do telefone da empresa) a dizer que vai de férias para Portugal e não sabe o que vale a pena ver. O mais estranho foi durante o tempo todo ela ter-me tratado como se fosse uma amiga qualquer dela, usando linguagem bastante coloquial e tudo. Digamos que fiquei muito surpreendida, até porque com esta agência contactei apenas uma vez, ou seja, há agências com quem tenho muito mais contacto e cujos funcionários poderiam ter comigo este tipo de à-vontade. Mas esta senhora foi uma revelação total. Bem, ao menos espero que tenha ficado elucidada...
terça-feira, 12 de julho de 2011
Diálogo bilingue
Uma bela manhã, depois de acordar, a Teresa decide ir para o quarto dos pais. Ao ver como o pai continuava a dormir em vez de ir para o trabalho, decide chamá-lo à atenção e mandá-lo logo para o banho.
- Tata, idź kąpać. (Pai, vai banho)
- Nie, "Tata, idź się wykąpać". (aqui o pai corrige a frase dela: "Pai, vai tomar banho")
- Tata, idź wy-się-kąpać. (basicamente baralhou-se toda)
- Nie, "idź się wykąpać". (nova tentativa de correcção)
- Tata, vai tomar banho!!
E assim se resolvem os impasses linguísticos.
- Tata, idź kąpać. (Pai, vai banho)
- Nie, "Tata, idź się wykąpać". (aqui o pai corrige a frase dela: "Pai, vai tomar banho")
- Tata, idź wy-się-kąpać. (basicamente baralhou-se toda)
- Nie, "idź się wykąpać". (nova tentativa de correcção)
- Tata, vai tomar banho!!
E assim se resolvem os impasses linguísticos.
domingo, 10 de julho de 2011
Distâncias
Se há uns anos já me tinha começado a habituar às grandes distâncias de Varsóvia, confesso que agora há alturas em que me cansam. Só de pensar, por exemplo, que tenho de ir a casa de uns amigos - que na perspectiva de Varsóvia até nem moram longe - cuja viagem de carro demora uns 20 minutos, começo logo a perder a vontade (o que falar daqueles que moram a 30 ou até 50km de nós!!...). Varsóvia é enorme e realmente estou muito contente por raramente ter de sair aqui do bairro. Nem consigo imaginar aqueles que todos os dias demoram horas para ir de casa para o trabalho e vice-versa!... Agora vou-me arranjar, porque vamos ter de nos meter no carro e fazer uns quantos quilómetros dentro da cidade. Bom Domingo!
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Julho, mês de... galochas!!
Estou a viver um dos piores Verões da minha vida (no que diz respeito à meteorologia, entenda-se). Hoje a Teresa acabou de tomar o antibiótico que a pediatra lhe receitou na semana passada. Como chove e está mau tempo, com a filha debilitada não dá para fazer grandes passeatas. Mesmo assim, fartas de estar em casa, ontem decidimos aventurar-nos pela chuva dentro. Claro que poucos minutos depois de estar na rua, a pequena já tinha os pés todos molhados... Fomos então comprar-lhe umas... galochas!! Sim, em Julho, fomos comprar galochas - e por uma questão de necessidade urgente!! Só não comprei para mim também porque não encontrei. Cheguei a casa com os pés todos molhados. A Teresa, depois de ter posto as galochas, ficou toda contente a saltar nas poças de água. Basicamente adorou. Nestes dias só consigo pensar: se isto agora já é assim, como será no Outono??
Aparte disto, andam a arranjar algumas ruas de Varsóvia que estavam com o piso mau ou eram demasiado estreitas. Algumas já estão prontas e devo dizer que o resultado é muito bom. Gosto da forma rápida como se arranjam as estradas por aqui. Desde que vim para cá já nem sei dizer a quantidade de ruas que foram melhoradas e como ajudaram ao trânsito da cidade. É um ponto muito positivo.
Aparte disto, andam a arranjar algumas ruas de Varsóvia que estavam com o piso mau ou eram demasiado estreitas. Algumas já estão prontas e devo dizer que o resultado é muito bom. Gosto da forma rápida como se arranjam as estradas por aqui. Desde que vim para cá já nem sei dizer a quantidade de ruas que foram melhoradas e como ajudaram ao trânsito da cidade. É um ponto muito positivo.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Satisfação
É o que sinto quando cozinho alguma coisa que em Portugal seria super banal, mas aqui deixa os meus convidados deliciados! :)
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Excelente início de mês
Chegou Julho, com chuva puxada a vento e frio... E chamam a isto Verão?? Na Polónia sim. Aquecimento global no seu melhor.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Tradução ao vivo
Nos últimos dias tive a minha primeira experiência como tradutora "oral", como dizem os polacos. Estive num encontro profissional de uma empresa a fazer a tradução de polaco para português e vice-versa (felizmente a parte de traduzir para polaco foi indiscutivelmente menor). A certa altura, durante um almoço, um dos polacos virou-se para mim muito surpreendido, porque não tinha percebido que eu não era polaca. Achava que eu falava muito bem. Já não é a primeira vez que me dizem isto - e de todas as vezes penso sempre que, se eles acham que eu sou polaca, então devem achar que sou uma polaca meio atrasada mental, porque farto-me de cometer erros e muitas vezes não me lembro de palavras básicas... Então é melhor que saibam que sou portuguesa, porque assim passo de atrasada mental a super estrangeira que se deu ao trabalho de aprender a língua deles.
Fazer esta tradução foi interessante, sem dúvida um pontapé de saída para mais do género, mas muito cansativo. Ao fim de algumas horas o cérebro parece que começa a recusar-se a trabalhar. E o cansaço no final destes dias foi muito visível (não fosse o facto de estar grávida ainda piorar a situação). Felizmente, com o que se ganha por um trabalho destes, posso agora dar-me ao luxo de descansar nos próximos dias sem me preocupar muito.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Fim-de-semana prolongado
Ontem, tal como em Portugal, foi feriado na Polónia. Hoje não se celebra o S. João, mas há muita gente que não trabalha. Como Junho e Julho são os meses mais quentes na Polónia, muitos tiraram férias nesta altura. As escolas já estão de férias e, do que sei, as creches e jardins de infância públicos vão estar fechados durante o mês de Julho (estando depois abertos durante todo o mês de Agosto). Este esquema baralha-me um pouco, pois sempre considerei Julho e Agosto como os meses de férias por excelência. Mas depois de passar alguns Agostos na Polónia já percebi porque preferem fazer assim. Para aproveitar o bom tempo (suposto) nos dois lados, ficamos por cá nestes meses e em Agosto damos um salto até Portugal para aproveitar o calor. Depois, no dia 1 de Setembro começa impreterivelmente o ano escolar, o que também atrapalha, porque gosto de fazer férias no início de Setembro. E como a partir deste ano a Teresa já vai para a escolinha, teoricamente vamos passar a ter de estar cá nessa altura. Digo teoricamente, porque na prática na idade dela ainda não é importante estar presente nos primeiros dias. Que pena que Portugal não fica mais perto, assim poderíamos jogar melhor as férias e ir passar lá alguns fins-de-semana, como este.
terça-feira, 21 de junho de 2011
A cantar desde sei-la-quando na Polónia
Há algum tempo que não ia fazer compras à Biedronka. Ontem, quando lá passei, tive a alegria de encontrar azeite Gallo! Claro que comprei, uma garrafinha com orégãos e outra de reserva. Infelizmente sempre que vi azeite português à venda em supermercados polacos são sempre garrafas pequenas, ou ultra especiais e ultra caras. Estas até não eram caras e dentro das "cromices" eram bastante normais. Ah, para além disso comprámos também queijo português. :)
segunda-feira, 20 de junho de 2011
A Polónia é assim
Este fim-de-semana tomei a decisão de começar a fazer caminhadas a pé todos os dias para ver se me exercito. Só mesmo para chatear, hoje amanheceu um dia horrível, chuvoso e muito ventoso... Adeus, passeio a pé! - e agora vamos ver como vai estar o resto da semana...
O cavalo do campo
Na língua polaca existem algumas palavras compostas que, à primeira vista, não significam aquilo que na realidade significam. Vou explicar isto com um exemplo. Konik polny é o nome de um animal. Se formos ver o significado de cada uma destas palavras temos o seguinte: konik - cavalo e polny - do campo. Então, konik polny é um cavalo do campo, certo? Errado! Konik polny é... um gafanhoto!! Ah pois é! E como esta existem outras na Polónia que, quando oiço de repente, não consigo associar imediatamente ao que é. Preciso sempre de pensar um bocado até chegar lá (e às vezes nem sequer chego...).
quinta-feira, 16 de junho de 2011
A água é blhec
O título deste post é uma frase que podia ser muito bem dita pela minha filha. Infelizmente é a realidade em Varsóvia. Claro que lavamos os dentes e cozinhamos com água da torneira, pelo que há sempre uma parte que acabamos por beber. Mas há que o admitir: a água da torneira é um bocado nojenta. Imaginem o que é estar a tomar banho e de repente olhar para o chão da banheira e ver uma poça de água bege... Blhec!!! E já nem falo da cor da água do autoclismo (parece que limpamos a retrete com xixi). Claro que isto não é todos os dias, mas para mal dos nossos pecados acontece várias vezes.
Esta semana tivemos reunião anual de condomínio e fiquei a saber que há vizinhos que se queixam que não podem usar roupa branca, porque quando a lavam na máquina sai sempre com manchas. Por acaso também já me aconteceu isso, mas foram situações pontuais e jamais pensei que fosse por culpa da água. Mas pelos vistos é. Apesar de no nosso condomínio terem andado recentemente a fazer obras na rede da água, dizem que o problema é da cidade e não do condomínio. Ao que parece, já fizeram várias queixas, mas a situação continua igual. O mais irritante é que basta afastarmo-nos uns quilómetros de Varsóvia e a água é normal e pode beber-se da torneira.
Hoje faltou a água, não só aqui em casa, mas em mais sítios do bairro e, claro, quando voltou lá vinha aquela minha adorada tonalidade bege, creme, ou lá o que seja. A Teresa pediu-me para lhe encher uma garrafinha de água para regar as plantas na varanda e quando lha dei até me fez impressão a cor da água. E não é aquela coisa de deixar a água correr durante um bocado até ficar transparente, porque podemos chegar ao fim de um banho, por exemplo, e continuar com a mesma cor do início. Bem, acho que a solução é não pensar muito nisso. Felizmente não é assim todos os dias.
Esta semana tivemos reunião anual de condomínio e fiquei a saber que há vizinhos que se queixam que não podem usar roupa branca, porque quando a lavam na máquina sai sempre com manchas. Por acaso também já me aconteceu isso, mas foram situações pontuais e jamais pensei que fosse por culpa da água. Mas pelos vistos é. Apesar de no nosso condomínio terem andado recentemente a fazer obras na rede da água, dizem que o problema é da cidade e não do condomínio. Ao que parece, já fizeram várias queixas, mas a situação continua igual. O mais irritante é que basta afastarmo-nos uns quilómetros de Varsóvia e a água é normal e pode beber-se da torneira.
Hoje faltou a água, não só aqui em casa, mas em mais sítios do bairro e, claro, quando voltou lá vinha aquela minha adorada tonalidade bege, creme, ou lá o que seja. A Teresa pediu-me para lhe encher uma garrafinha de água para regar as plantas na varanda e quando lha dei até me fez impressão a cor da água. E não é aquela coisa de deixar a água correr durante um bocado até ficar transparente, porque podemos chegar ao fim de um banho, por exemplo, e continuar com a mesma cor do início. Bem, acho que a solução é não pensar muito nisso. Felizmente não é assim todos os dias.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Festas à noite
No Sábado houve uma festa aqui no bairro*, com concertos, barraquinhas, comes e bebes, actividades para os mais novos, etc. Começou de manhã e penso que terá ido pela noite fora. Como vi que ia ter carrosséis, pensei que seria giro ir lá com a Teresa. Por força das circunstâncias não pudemos passar lá durante o dia. Decidi então que iríamos depois do jantar. Chegámos lá por volta das 22h. No palco estava a tocar uma banda de rock, aos berros, e a vista da "malta" toda espalhada pelo recinto, inclusive por uma pequena montanha que há ali, fazia lembrar-me o ambiente do Rock in Rio (em miniatura, claro). Havia ainda umas pessoas sentadas a comer nas barraquinhas e alguns sítios onde vendiam balões, óculos de sol, brinquedos irritantes daqueles como se vendem na rua (cãezinhos que andam e ladram, bolas psicadélicas, etc.) e outras coisas do estilo. Para os mais novos não havia já absolutamente nada. É o que dá estar-se na Polónia: a partir de certa hora já não se conta muito com as crianças. Ninguém da organização achou que às 22h andassem por ali crianças que quisessem andar de carrossel ou brincar em piscinas de bolas. Se calhar têm razão... Mas para mim, que estou habituada a ver, nas férias, crianças a passear na rua com os pais às quinhentas, foi estranho. Sendo um dia de festa, podiam ter mantido essas coisas mais tempo. Bem, os polacos lá sabem como é na terra deles...
* Sempre que digo "bairro" fico com a sensação que se entende um espaço tipo S. Sebastião da Pedreira, ou Alvalade. Há que ter em conta que aqui bairro é o equivalente a uma cidade pequena...
* Sempre que digo "bairro" fico com a sensação que se entende um espaço tipo S. Sebastião da Pedreira, ou Alvalade. Há que ter em conta que aqui bairro é o equivalente a uma cidade pequena...
sexta-feira, 10 de junho de 2011
10 de Junho
Viva o 10 de Junho! Viva a Teresinha!
E, só mesmo para chatear, pela primeira vez na vida dela, estamos a passar este aniversário com tempo frio e muito manhoso...
E, só mesmo para chatear, pela primeira vez na vida dela, estamos a passar este aniversário com tempo frio e muito manhoso...
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Tenho fruta portuguesa em casa!
Foi das melhores coisas que já me trouxeram para cá: nêsperas!!! Que saudades!! :) Mnham mnham...
Ser pequeno em terra de grandes
Há uns tempos, em conversa com umas amigas, constatei um facto interessante. Já sabia que havia uma diferença nas medidas dos bebés polacos e dos portugueses quando nascem: os polacos costumam medir entre 55 e 60cm, enquanto que os portugueses andam à volta dos 45/50 e picos. O caso clássico é a Teresa, que nasceu com 50cm. Em Portugal todos dizem: nasceu grande. Na Polónia: que pequenina!
Noutro dia então descobri que acontece a mesma coisa com os tamanhos dos sapatos. As mulheres cá (os homens nunca reparei, mas penso que é igual) têm o pé maior que as portuguesas. Acho que não conheço ninguém que calce o mesmo que eu. Contou-me uma amiga que, sempre que vai comprar sapatos, tem problemas para encontrar o tamanho dela, porque é o mais procurado. Que tamanho é esse? 39/40!!... Eu disse-lhe que em Portugal tenho o mesmo problema, mas é para encontrar 37. Haviam de ver a cara de surpreendida dela. Para já, da minha experiência, não tenho sentido problemas para encontrar o meu tamanho de sapato; problemas tenho, isso sim, para encontrar roupa do meu tamanho. Em Portugal ainda se encontram em muitos sítios tamanhos S ou mesmo XS (apesar deste último ter deixado de me servir depois do parto). Cá é raro. É uma frustração andar à procura de roupa e ser tudo grande, grande, grande. No ano passado comprei um kispo quente para o Inverno, por exemplo, mas tive de percorrer um milhão de lojas até conseguir encontrar: 1. um modelo que me servisse, 2. dentro dos que serviam, um que fosse minimamente bonito. Ser portuguesa (e pequena) em terra de polacos nem sempre é simples.
Noutro dia então descobri que acontece a mesma coisa com os tamanhos dos sapatos. As mulheres cá (os homens nunca reparei, mas penso que é igual) têm o pé maior que as portuguesas. Acho que não conheço ninguém que calce o mesmo que eu. Contou-me uma amiga que, sempre que vai comprar sapatos, tem problemas para encontrar o tamanho dela, porque é o mais procurado. Que tamanho é esse? 39/40!!... Eu disse-lhe que em Portugal tenho o mesmo problema, mas é para encontrar 37. Haviam de ver a cara de surpreendida dela. Para já, da minha experiência, não tenho sentido problemas para encontrar o meu tamanho de sapato; problemas tenho, isso sim, para encontrar roupa do meu tamanho. Em Portugal ainda se encontram em muitos sítios tamanhos S ou mesmo XS (apesar deste último ter deixado de me servir depois do parto). Cá é raro. É uma frustração andar à procura de roupa e ser tudo grande, grande, grande. No ano passado comprei um kispo quente para o Inverno, por exemplo, mas tive de percorrer um milhão de lojas até conseguir encontrar: 1. um modelo que me servisse, 2. dentro dos que serviam, um que fosse minimamente bonito. Ser portuguesa (e pequena) em terra de polacos nem sempre é simples.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Verão em Junho
Nos próximos dias vamos poder desfrutar da visita de familiares que todos os anos aproveitam os feriados de Junho para vir celebrar o patriótico aniversário da nossa filha. A pergunta, quase todos os dias tem sido: "Como está o tempo aí? Que roupa hei-de levar?". A resposta, invariavelmente: "Calor!!!" Apesar de volta e meia aparecerem umas trovoadas que fazem espectáculos no céu e refrescam minimamente o ar, o tempo tem estado bem quente. E a previsão é que este mês de Junho seja assim (graças a Deus!!). O pior disto tudo é o ar condicionado do nosso carro estar estragado. Só no Sábado vamos à garagem tratar disso. Entretanto já duas vezes tive de ir "à cidade" (para mim, ir a algum dos bairros que fiquem no centro ou depois do centro é como ir a uma cidade diferente, devido à distância), apanhei trânsito em algumas zonas e tudo isto à torreira do sol. Claro, de janelas abertas, ar a circular dentro do carro, mas um calor desmedido. Agora, quando não estamos dentro do carro, é muito agradável. No Domingo fizemos um piquenique fora de Varsóvia com uns amigos e foi excelente. As mantas estendidas à sombra de umas árvores, a relva ultra verde (como aliás toda a vegetação cá na Polónia, que tem uma tonalidade verde-alface forte), o calor e uma brisa suave volta e meia: sem palavras! Ai se a Polónia fosse assim o ano todo...!
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Os infantários
Na Polónia, daquilo que me parece, todas as pessoas com filhos pequenos com idade de ir para o infantário pensam logo à partida inscrevê-los num infantário público. Da minha experiência em Portugal, só conheci uma família que tinha os filhos num infantário público; de resto, todos optaram pelo privado. Na minha zona, aliás, nem nunca soube onde ficavam os infantários públicos. Por este motivo, quando chegou a altura de inscrever a Teresa, nem sequer pus a opção de ir para uma escola pública. No clube onde ela costuma ir, em conversa com as outras mães, percebi que toda a gente queria ir para o público. O facto de nós nem sequer termos tentado foi algo invulgar. Aqui no bairro há mais de 20 infantários públicos (muitos deles sei onde ficam, ao contrário da situação em Lisboa). No entanto, a corrida é tão grande, que - disseram-me há dias - 700 crianças deste bairro não conseguiram entrar para nenhum desses mais de 20!... Dos nossos conhecidos, apenas uma criança entrou e foi por cunha. É impressionante, acho que nenhuma escolinha privada tem uma procura tão grande como estas públicas. Quais são os critérios de entrada? Há uma série de pontos que são atribuídos a cada criança (filhos de famílias monoparentais têm prioridade, crianças com alergias também, etc). Mas, no entanto, quando há "empate", decide o director da escola. E neste caso os critérios vão mais para: irmãos de alunos, crianças que tenham irmãos na escola primária que, normalmente, se encontra perto, e outros critérios ao gosto do director.
Ou seja, daquilo que observei das outras mães, poupei uma data de stresses com este processo de candidatura ao infantário público.
Ou seja, daquilo que observei das outras mães, poupei uma data de stresses com este processo de candidatura ao infantário público.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Já votei
No Domingo há eleições em Portugal e eu já votei. Fi-lo esta semana e por momentos pensei que não ia conseguir votar. Nas legislativas anteriores também votei por correspondência e não houve problema. Desta vez, deparei-me nos correios com uma funcionária que achou que o envelope estava mal preenchido. Tendo em conta que eu já recebo o envelope preenchido pelo Ministério da Administração Interna, gerou-se ali uma situação problemática. A carta não podia seguir de outra forma que não aquela e a senhora teimava que aquilo era uma salganhada e não se percebia nada. De facto, o envelope tem demasiadas coisas escritas. Depois do meu endereço, por baixo, ainda tenho de escrever o meu número de eleitor. Ora, a senhora vê ali um número qualquer escrito no fim do endereço e vai logo de perguntar: "Que número é este aqui? Isto não pode estar aqui!". Pensei que ia ter de ir à embaixada para tentar resolver a situação, mas decidi ainda tentar explicar à senhora que aquilo era uma coisa oficial, um voto, e tinha mesmo de seguir assim. Depois, o cabo dos trabalhos para enviar registada... Preenchi o papel para a carta seguir registada, mas... também aí a senhora teve algo a dizer! Ora, no destinatário o envelope tem escrito um nome com umas 10 ou mais palavras. No papel só cabia um terço daquilo. Primeiro escrevi siglas. "Não pode ser", disse ela. "Não é isso que está escrito no envelope". Ok, segunda tentativa. Escrevi o que vinha no início do destinatário ("Comissão de não-sei-quê"). Também não. Por fim, lá me disse ela para escrever Ministério da Administração Interna (pelos vistos ela percebeu a palavra Ministério - em polaco Ministerstwo - e achou que era isso que tinha de ser). À terceira foi de vez e lá seguiu o meu voto (espero!!), com um selo enorme comemorativo da beatificação do Papa João Paulo II. Vai ser um voto muito original, com a cara do Papa no envelope.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Dia da Criança
Como em Portugal, hoje na Polónia celebra-se o Dia da Criança. Os mais novos recebem presentes e são convidados a participar nas mais variadas festas. No palácio presidencial, por exemplo, pode-se entrar (mediante a apresentação do BI) e nas traseiras há brincadeiras para as crianças. Em frente à Câmara Municipal (o edifício principal) também há atracções, com ambulâncias, carros de polícia e de bombeiros que podem ser visitados por dentro e outras coisas do estilo. Depois há festas mais pequenas, por exemplo um café perto de nossa casa vai ter concursos e pinturas faciais para crianças, e até a nossa paróquia vai organizar uma festa. Com várias opções por onde escolher, depois de uma manhã de brincadeiras no clube onde a Teresa costuma ir, vamos à tarde à inauguração de um parque novo (um amigo nosso, deputado na assembleia municipal do nosso bairro, propôs-nos ir até lá). E se isso não for suficiente (penso que será, mas em todo o caso...), temos sempre outras opções na manga. Nestas coisas de se festejar o "dia-de-qualquer-coisa", os polacos são bastante sérios. É impossível ignorar a efeméride!
Update: Esqueci-me de referir que o novo estádio do Legia de Varsóvia vai estar aberto a visitas de pais com filhos e que aí também haverá surpresas para os mais novos!!
Update: Esqueci-me de referir que o novo estádio do Legia de Varsóvia vai estar aberto a visitas de pais com filhos e que aí também haverá surpresas para os mais novos!!
terça-feira, 31 de maio de 2011
Como todos os anos
Recebi há dias o habitual convite dos embaixadores de Portugal para a recepção do dia 10 de Junho. É o único momento durante o ano em que recebo qualquer tipo de comunicação da embaixada. Só que, mais uma vez, vamos ter de recusar o convite. É que isto de ter uma filha que nasceu precisamente no dia 10 de Junho atrapalha todas as combinações, sobretudo por causa da família que vem de propósito cá para passar este dia com ela. Por isso, nos próximos dias, em vez de estar a pensar que roupa vou levar à recepção na residência do embaixador, vou estar a pensar que bolo vou fazer para a Teresa e como o vou enfeitar para ela ficar contente.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
As festas ao ar livre
No sábado, quando estava a passear com a Teresa, fui parar sem saber a uma festa ao ar livre, daquelas que nesta época do ano se fazem aqui por toda a parte. Desta vez o pólo da câmara municipal deste bairro organizou uma festa por ocasião do Dia da Mãe (que já foi) e do Dia da Criança (que vai ser). Quis tirar fotos, mas infelizmente a bateria do telefone estava em baixo e não deixou. No centro havia um palco, onde uma animadora estava a fazer jogos para mães e filhos, incluindo karaoke, e onde fizeram um teatro para os miúdos. Depois havia barraquinhas com comida (pipocas, churrasco, bebidas, batatas fritas, etc.) e zonas de brincadeiras para crianças de todas as idades: uma parede de escalada, matraquilhos humanos, pinturas faciais, escorregas, mesas onde podiam fazer desenhos ou pinturas, etc. Escusado será dizer que a Teresa adorou. Só foi pena no fim-de-semana ter estado mau tempo, porque a certa altura começou a chover e as pessoas tiveram de se esconder nas tendas que havia (nós, por sorte, já lá estávamos e arranjamos um bom lugar para comer enquanto chovia). No fim, a Teresa ainda trouxe um balão em forma de girafa.
Acho muita piada a estas festas que eles fazem, abertas a toda a gente. De facto, aqui na Polónia temos de saber aproveitar bem os meses em que o tempo está bom, para compensar os outros todos em que mal temos vontade de sair de casa.
Acho muita piada a estas festas que eles fazem, abertas a toda a gente. De facto, aqui na Polónia temos de saber aproveitar bem os meses em que o tempo está bom, para compensar os outros todos em que mal temos vontade de sair de casa.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Casamentos durante a guerra
Ontem fiquei a saber uma coisa curiosa que desconhecia. Com o recente falecimento do avô do Stas, a família vê-se agora a braços com diferentes burocracias que têm de ser resolvidas. E é preciso arranjar certidões de tudo, incluindo de casamento. Foi a propósito desta certidão de casamento dos avós que fiquei a saber algo novo. Os senhores casaram-se em 1944, ainda durante a guerra. Ambos viviam na zona oriental da Polónia, que tinha sofrido a ocupação nazi e estava a levar com a chegada dos vermelhos soviéticos. Basicamente não havia rei nem roque. Então, do que a avó conta, durante o tempo da guerra só se celebravam casamentos religiosos, porque na prática não havia uma autoridade civil que mandasse e que registasse o que quer que fosse. Ou seja, durante vários anos os avós não tinham nenhum documento civil oficial que declarasse que estavam de facto casados. Só com o comunismo se instituiram os casamentos civis.
Resta ainda dizer que, nos anos do comunismo, quem desejasse casar-se pela Igreja tinha de se casar duas vezes; é que não havia nenhum regime concordatário em que o casamento religioso tivesse também fins civis. Então fazia-se assim: de manhã os noivos empinocavam-se todos e iam com a família ao registo civil para a celebração do casamento e depois à tarde empinocavam-se novamente para irem todos à igreja, para a celebração religiosa. Em suma: passou-se de uma época em que só havia casamentos nas igrejas para uma em que os noivos tinham de se casar duas vezes no mesmo dia.
Resta ainda dizer que, nos anos do comunismo, quem desejasse casar-se pela Igreja tinha de se casar duas vezes; é que não havia nenhum regime concordatário em que o casamento religioso tivesse também fins civis. Então fazia-se assim: de manhã os noivos empinocavam-se todos e iam com a família ao registo civil para a celebração do casamento e depois à tarde empinocavam-se novamente para irem todos à igreja, para a celebração religiosa. Em suma: passou-se de uma época em que só havia casamentos nas igrejas para uma em que os noivos tinham de se casar duas vezes no mesmo dia.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Dia da Mãe na Polónia
Hoje é o Dia da Mãe na Polónia, um excelente dia para voltar a escrever no blog. Pela primeira vez na vida recebi um presente do Dia da Mãe (apesar de ter recebido já ontem por força das circunstâncias) e fiquei muito contente, porque sinceramente não esperava. A Teresa, nas aulinhas onde vai, decorou um coração para depois no fim me vir dar. Foi muito giro, porque normalmente no fim da aula as crianças fogem todas para a zona dos escorregas, trampolins e tal para irem brincar. Mas desta vez voltaram todas à sala dos trabalhos manuais para irem buscar as suas obras de arte e oferecer às mães. O ar de contentes deles, a correrem lançados na direcção das mães, foi demais. A alegria pura das crianças. Claro que as ditas "obras de arte" eram próprias de crianças com 2 / 3 anos. Aqui fica o meu presente. :)
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Férias
É complicado escrever sobre a Polónia quando se está de férias em Portugal. Lá para Maio voltarei a dar notícias do Leste. Até lá, vou desfrutar as minhas férias e matar saudades.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Não é fácil
Não é fácil passar os primeiros meses de gravidez num país estrangeiro. Quando foi da Teresa, lembro-me que só me apeteciam comer empadas, queques e outras coisas que cá não se encontram. Agora desta vez já me aconteceu apetecer-me feijoada à brasileira, uma sopa creme de espinafres, arroz de marisco,... Que fazer?? Acho que a melhor solução para isto são mesmo as férias em Portugal que se avizinham.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Inglês escrito à polaca
Há muito que já tinha reparado que os polacos têm tendência para escrever palavras inglesas à polaca. Business, por exemplo, escrevem biznes - e este é um exemplo entre muitos. Estranhei a primeira vez que vi facebook escrito à polaca por um amigo meu no próprio FB, mas depois comecei a ver em jornais e revistas e vi que se tinha universalizado. Facebook na Polónia é fejsbuk. Claro que o site não se apresenta assim (porque é uma marca registada), mas é frequente encontrar esta grafia em vários sítios. Às vezes simplesmente fejs, para abreviar. Estes polacos inventam com cada uma!... E a gente que entenda o que eles querem dizer!
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Outro!
Iupiii!! Ganhei outro prémio!! Nada mau para quem anda preguiçosa com o blog... :P
E supostamente devo dizer 7 coisas sobre mim... Hum... Não vai ser fácil...
1. Estou na Polónia (a sério??)
2. Tenho um blog (oh! não digas!!)
3. Sou casada e tenho uma filha bilingue e, se tudo correr bem, ainda este ano chegará mais um(a) :)
4. Sou péssima a cuidar de plantas (deixo-as todas secar...)
5. Formei-me em comunicação social, mas nunca quis ser jornalista
6. Gosto muito de história, sobretudo de curiosidades do passado
7. Gostava de morar junto à praia (quem sabe um dia?)
E supostamente devo dizer 7 coisas sobre mim... Hum... Não vai ser fácil...
1. Estou na Polónia (a sério??)
2. Tenho um blog (oh! não digas!!)
3. Sou casada e tenho uma filha bilingue e, se tudo correr bem, ainda este ano chegará mais um(a) :)
4. Sou péssima a cuidar de plantas (deixo-as todas secar...)
5. Formei-me em comunicação social, mas nunca quis ser jornalista
6. Gosto muito de história, sobretudo de curiosidades do passado
7. Gostava de morar junto à praia (quem sabe um dia?)
quinta-feira, 31 de março de 2011
Era só o que faltava...
Hoje de manhã vêm-me com a notícia que sobre Varsóvia está uma nuvem radioactiva. "Não saias de casa, não abras janelas, etc". Ora esta! Entretanto fui pesquisar no google e vi que a nuvem não era perigosa. Este pessoal inventa cada uma...
terça-feira, 29 de março de 2011
Baixa
Mãe podre, filha doente, ... isto anda mal para estes lados... Espero em breve conseguir voltar...
quinta-feira, 24 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
A Biedronka volta a estar na boca do povo
Recentemente o líder do principal partido da oposição polaca foi com a comunicação social fazer compras a uma loja de bairro, para denunciar o aumento do preço dos bens essenciais. No inicio deste ano o IVA aumentou para 23%, sendo que uma das promessas eleitorais do actual governo era não o aumentar. O politico em questão lá fez as suas compras e mostrou quanto pagou, tendo sido realmente um bocado demais. Mas, para não haver dúvidas, ele explicou que tinha ido a uma mercearia típica de bairro (que muitas vezes são um pouco mais caras), justificando o aumento do preço da gasolina para muitas pessoas acabarem por fazer compras nos locais que têm mais à mão. Só que, no meio disto tudo, comentou que não tinha feito compras na Biedronka (conhecida pelos seus preços baixos) por esta ser uma loja para pessoas mais pobres (e ele queria um supermercado "normal"). Claro está, este é daqueles políticos que à mínima gaffe é massacrado por jornais e blogues. No facebook já surgiu um evento chamado "Faço compras na Biedronka porque é a loja dos pobres" e toda a gente goza com ele.
Só é pena não ter havido este burburinho na semana passada quando o presidente da Polónia, ao escrever num livro de condolências para o Japão, cometeu dois erros ortográficos crassos com duas palavras que até eu, que não sou polaca, sei como devia ter escrito!!... - o que, na minha opinião, foi muito mais grave do que esta questão da Biedronka. Os media na Polónia continuam a ser muito manipulados por certos grupos políticos e assim vão influenciando a opinião pública.
terça-feira, 22 de março de 2011
Sabedoria popular polaca
Por ter várias amigas polacas que irão dar à luz nos próximos tempos (ou já deram), lembrei-me de um conselho da sabedoria popular polaca que ouvi há pouco tempo.
Contou-mo uma amiga que teve um bebé faz agora um ano. Diz que quando as mulheres já estão no fim do tempo da gravidez e querem dar à luz, devem fazer bolos com massa levedada. Inicialmente quando ouvi isto pensei que seria daquelas coisas tipo: come cerejas e cresce-te bigode! (obviamente este exemplo foi absolutamente inventado...). Mas afinal, parece que há um quê de verdade nisto. É que a massa levedada tem de ser muito amassada, apanhar pancada, etc., e isto é um esforço físico enorme. Para uma grávida, pelos vistos, é o suficiente para dar início ao parto. Precisamente a pessoa que contou isto, quando já queria dar à luz, foi fazer bolos destes e nessa noite entrou em trabalho de parto. Outra amiga nossa, que já tinha passado das 40 semanas e não havia maneira de dar à luz, também decidiu numa tarde fazer bolos com massa levedada e... nessa noite entrou em trabalho de parto. Ou seja, parece que a coisa funciona!! A sabedoria popular tem sempre alguma coisa de verdadeiro.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Disto é que a minha mãe gosta cá!
Ainda que seja só para ver e não comer. Estas fotos (tal como as anteriores do museu e de Varsóvia) foram tiradas por ela, pois sempre que cá vem delicia-se com as montras das pastelarias (e esta nem era nada de especial).
sexta-feira, 18 de março de 2011
O que é um cavalo?
Ontem fiquei a saber um facto curioso da Polónia. A primeira enciclopédia polaca, chamada Nowe Ateny, foi publicada no século XVIII. Aí se encontra a definição mais original que alguma vez vi. Num capítulo intitulado Sobre os Animais, o autor define diferentes animais. Mas quando chega ao cavalo, por ser um animal de uso comum (meio de transporte mais usado, todos os nobres tinham, etc), a definição é simplesmente a seguinte:
Cavalo - é aquilo que todos vêm que é.
E mais nada. Está tudo dito. Para quê definir algo que é óbvio? Esta definição foi tão absurda que ainda hoje, em alguns contextos, alguns polacos a utilizam para dizer que algo é óbvio.
Cavalo - é aquilo que todos vêm que é.
E mais nada. Está tudo dito. Para quê definir algo que é óbvio? Esta definição foi tão absurda que ainda hoje, em alguns contextos, alguns polacos a utilizam para dizer que algo é óbvio.
quinta-feira, 17 de março de 2011
Retratos meio ao calhas de Varsóvia
Fotos tiradas do carro, assim meio ao calhas, mas que acabam por te alguma piada. Da parte antiga de Varsóvia.
O gen. De Gaulle
quarta-feira, 16 de março de 2011
Imagens do Museu de Chopin
A fachada do palacete onde fizeram o museu.
A porta de entrada.
Uma partitura escrita à mão por Chopin, com várias correcções.
Um dos pontos "modernaços", onde se podia ouvir música. Neste sítio em concreto não consegui perceber totalmente como funcionava, mas penso que passava por virar as páginas e tocar em alguns pontos para escolher as opções.
Uma imagem de Chopin entre outros compositores "famosos" (deles só ouvi falar de Liszt), em França.
O último piano de Chopin.
Uma parte da escadaria na entrada do palacete.
A vista da fachada já à noite e de um nível mais baixo.
terça-feira, 15 de março de 2011
O Museu de Chopin
Há dias estive no Museu de Chopin, um dos mais recentes museus de Varsóvia. Para dizer a verdade, nem sabia que existia... Conhecia o local, o palácio onde se encontra, que é muito bonito. O museu, devo dizer, é dos mais modernos que conheço. De tanta modernice que lá há, a certa altura já estava cansada daquilo tudo e só me apetecia que aquele museu fosse dos "normais", com os textos escritos em lugares visíveis e sem computadores, ecrãs onde se toca, etc. Um pormenor interessante foi o facto de se verem constantemente pessoas a limpar os ecrãs das marcas dos dedos e até a varrer o chão (por causa da lama que se cola aos sapatos - na altura ainda restos de neve). Fiquei com a sensação que as pessoas que trabalhavam no museu eram alunos da academia musical, que fica a poucos metros.
Em geral, do museu não fiquei com grande ideia do que foi a vida de Chopin. Claro que aprendi coisas novas, mas pelo exagero de "cromice" e modernices, não consegui seguir a cronologia da vida dele de forma devida. Ouvi muita e bonita música, isso sim. O museu está cheio de pontos onde se podem ouvir praticamente todas as composições de Chopin (praticamente? se calhar estão mesmo todas...).
Quando vierem a Varsóvia, se quiserem ver algo completamente diferente das coisas relacionadas com a guerra, recomendo uma passagem pelo museu de Chopin.
Amanhã... fotos!! A não perder! ;)
Em geral, do museu não fiquei com grande ideia do que foi a vida de Chopin. Claro que aprendi coisas novas, mas pelo exagero de "cromice" e modernices, não consegui seguir a cronologia da vida dele de forma devida. Ouvi muita e bonita música, isso sim. O museu está cheio de pontos onde se podem ouvir praticamente todas as composições de Chopin (praticamente? se calhar estão mesmo todas...).
Quando vierem a Varsóvia, se quiserem ver algo completamente diferente das coisas relacionadas com a guerra, recomendo uma passagem pelo museu de Chopin.
Amanhã... fotos!! A não perder! ;)
segunda-feira, 14 de março de 2011
A Primavera chegou em grande!
Até parece mentira, mas têm estado uns dias verdadeiramente fenomenais! O fim-de-semana foi de sonho, com imenso sol e temperaturas muito mais altas do que aquilo a que os últimos meses nos habituaram. Claro, temos de ter em conta que estamos na Polónia e ter algumas precauções (de manhã e à noite está frio!!). Mas já dá para andar sem chapéu, com sapatos normais e durante o dia só com um casaco levezinho. O sol brilha como doido e enche-nos de alegria. Só espero que se mantenha assim por muito tempo. Nada de voltar atrás!!
sexta-feira, 11 de março de 2011
Sopa da pedra com... pregos??
Aqui há uns tempos estava a dar uma aula de português e apresentei a história da sopa da pedra. Já a tinha usado antes com outros alunos, ou seja, não era grande novidade para mim. Porém, desta vez fiquei muito surpreendida com o que ouvi. Então não é que na Polónia não existe sopa da pedra, mas existe sopa do... prego?? E a história é praticamente igual, apenas com personagens diferentes! Em vez dum frade é um cigano que vai bater à porta de uma senhora que não lhe quer dar de comer. Nessa altura, decide fazer uma sopa de prego e... o resto é tal e qual a nossa história da sopa da pedra! Quem diria, eu a querer apresentar algo tipicamente português e saiu-me o tiro pela culatra. Mas daquilo que apurei, a sopa do prego existe só mesmo na história, ao contrário da nossa sopa da pedra que se pode comer em alguns restaurantes.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Retratos de Góra Kalwaria
Góra Kalwaria, a poucos quilómetros de Varsóvia, não é uma terra bonita e nem turística. O motivo de lá termos ido? Foi lá que nasceu e cresceu um grande, grande amigo das nossas famílias que infelizmente já não está entre nós. Numa tentativa meio virtual de querer ver alguns locais de interesse da terra dele, passámos por ali no Sábado. O pior foi tentar encontrar um sítio para almoçar... O único restaurante aberto - uma pequena pizzeria - estava sem electricidade. Acabámos por ir para Konstancin, uma terra um pouco elitista que faz fronteira com Varsóvia, onde - aí sim - encontrámos logo sítio para comer (só que caro, tendo em conta o sítio onde era). Deixo aqui umas poucas imagens deste dia de alguns pormenores de Góra Kalwaria.
***
Apenas um pouco de história: Góra Kalwaria era inicialmente uma grande colónia de judeus (onde ainda há um antigo cemitério judeu), chamada Nova Jerusalém. Entretanto, não sei bem explicar porquê, construíram ali uma espécie de Via Sacra gigante e por isso o nome da terra foi alterado para Góra Kalwaria (Monte Calvário). A estrutura original da vila era em forma de cruz, composta por duas ruas principais (uma delas onde hoje circula a maior parte do trânsito). À cabeça da cruz situava-se a igreja matriz dos Padres Marianos, comunidade fortemente presente no local. Ao longo dessa rua, de um lado e de outro, existiram outrora inúmeras capelinhas com as estações da Via Sacra, onde os peregrinos iam parando e fazendo as suas orações. No fim, aos pés da cruz, encontrava-se (e encontra-se ainda hoje) o cemitério de Góra Kalwaria. A maior parte disto já não dá para ver, pois existem apenas uns pequenos marcos que lembram esta estrutura inicial. De resto, como já referi, esta não é uma terra com grande interesse turístico.Casas antigas de Góra Kalwaria.
Via Sacra antiga no terreno de uma capela dos Padres Marianos.
Pormenor de uma das estações da Via Sacra.
Paisagem de Inverno.
A fachada da igreja matriz dos Marianos.
Patos resistentes ao frio em Konstancin.
segunda-feira, 7 de março de 2011
Fim-de-semana de passeio... com frio!
Estamos em plena visita dos pais, o que implica uma certa saída da nossa rotina. Pensando que no fim-de-semana ia estar bom tempo, planeámos ir dar alguns passeios. Infelizmente, o tempo esteve manhoso, com vento frio e alguns momentos de chuva/neve. Passeámos dentro e fora de Varsóvia e tenho algumas fotos giras para mostrar. Só que ainda não vai ser agora que as vou publicar. Talvez amanhã ou depois. Me aguardem!
sexta-feira, 4 de março de 2011
Os dias são cada vez maiores...
Há coisa de uma semana e tal a Teresa começou a acordar muito cedo de manhã. Inicialmente pensei que fosse por ter deixado recentemente a chucha e estivesse a reagir de alguma maneira a isso. Porém, há dias comecei a reparar que às horas a que ela acorda já há imensa luz na rua. Quando fomos às nossas aulas semanais, falei com outras mães e não é que elas têm exactamente o mesmo problema?? É que o sol agora nasce às 6 e tal da manhã e as crianças acordam cedo. O pior é que daqui a umas semanas a hora muda e aí é que vão ser elas. Para já temos de ver se compramos mais uns estores ou cortinas para o quarto dela, porque apesar de tudo o que temos nas janelas há tanta luz de manhã que é impossível não acordar. Adoro dias compridos, mas preferia poder dormir um pouco mais. Só espero que quando o sol nascer às 4 da manhã ela não nos apareça no quarto a essa hora a dizer que já acordou...
quinta-feira, 3 de março de 2011
Quarta-feira gorda??
Na Polónia, a Quinta-feira Gorda é um dia bem celebrado - e as barrigas que o digam!! É dia de comer pączki até cair para o lado. Por motivos diversos que nos impossibilitam de celebrar o dia de hoje, ontem fomos até casa de uns amigos "alarvar". Eu, a Teresa e mais umas amigas fomos primeiro para fazer pączki. Nunca na vida tinha feito, nem visto fazer. Devo dizer que não é tarefa fácil. Começámos por volta das 13h e os primeiros bolos estavam prontos para ser comidos por volta das 16h/17h... No total fizeram-se pouco mais de 40 pączki. E, claro, fartámo-nos de os comer. Hoje, que é o dia dos pączki por excelência, apesar de ainda termos alguns de ontem que trouxemos para casa, a vontade de os comer não é lá muita, tal a barrigada que apanhámos. Mas devo dizer que estes bolinhos caseiros e acabadinhos de fazer são uma delícia!
O defeito deles? Para mim só houve um e até bastante grande. É que foram fritos em... banha de porco!!!... Não vou comentar grande coisa isto, porque acho que não vale a pena, digo só que os polacos gostam muito de usar banha de porco em diferentes cozinhados.
terça-feira, 1 de março de 2011
Wola
Na semana passada tive de ir a Wola, um dos bairros mais antigos de Varsóvia. O bairro onde moro - Ursynów - é, como costumo dizer, um mundo à parte. A maior parte das vezes sinto-me como se vivesse numa cidade diferente, que faz fronteira com Varsóvia. Raramente tenho de ir para as zonas centrais da cidade, porque aqui à volta há tudo: serviços municipais, médicos, cinemas, restaurantes, hipermercados, etc. Para além disso, Ursynów encontra-se muito bem delimitado; diria até que é o único bairro de Varsóvia cujas fronteiras estão bem definidas. Nos outros bairros há sempre zonas que não sabemos muito bem se pertencem a este ou àquele, mas em Ursynów nunca encontrei nenhum sítio assim.
Wola é um bairro com muita história. Em Wola fica, por exemplo, o cemitério Powązki. Durante a IIª guerra mundial foi principalmente neste bairro que se delimitou o gueto dos judeus (ainda hoje há um fragmento do muro que pode ser visto numa das ruas). Aquando da destruição do gueto, arrasou-se completamente com tudo o que havia dentro daqueles muros, até ficar tudo quase em pó. Um ano depois, já perto do fim da Insurreição de Varsóvia, os alemães enviaram para Varsóvia um batalhão composto sobretudo por assassinos e outros reclusos que foram "re-integrados" no exército, cujo objectivo era simplesmente matar, matar, matar. À medida que iam avançado por Varsóvia, iam matando todas as pessoas que encontravam pelo caminho. Foi uma autêntica chacina em que, em coisa de dois dias, morreram quase 60 mil pessoas. Wola ficava, nessa altura, na fronteira de Varsóvia. Os soldados entraram por aí e limitaram-se a matar civis, pegar fogo às casas, empilhar cadáveres e queimá-los também, enfim, uma barbárie indescritível. Depois destes acontecimentos, Wola quase deixou de existir. Praticamente todas as construções que ali vemos hoje são do pós-guerra. No entanto, aqui e ali descobrem-se memórias do passado.
Uma curiosidade que certa vez me contaram sobre Wola é o facto da maioria das casas se encontrar um pouco mais elevadas do que o normal, isto é, o rés-do-chão não é tão baixo como noutras partes de Varsóvia. Isto porque todos os prédios foram construídos por cima das ruínas que ficaram da guerra. Para além disso, contaram-me também (uns amigos que viveram alguns anos em Wola) que quando se faz alguma escavação por ali às vezes encontram-se esqueletos ou objectos imagino que pertencentes às pessoas que ali viveram.
Pormenores sinistros à parte, em geral acho que Wola é um bairro com uma certa piada. Com o seu comércio local, meio tradicional, espaços verdes por entre as casas, elétricos a passar e casas antigas (ainda que antigo signifique dos anos 50), tem um certo charme. Quem quiser visitar Varsóvia, recomendo um passeio por Wola.
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